sábado, 28 de junho de 2008

Anarriê!


“O balão tá subindo, tá caindo a garoa, o céu é tão lindo e a noite é tão boa. São João, São João, acende a fogueira do meu coração”. E viva São João, São Pedro, São Paulo e Santo Antônio!


Basta chegar os meados do ano, que se respira no ar um odor característico das festas juninas. A comemoração da festa tem duas origens, a primeira é em função das festividades do mês de Junho e a outra vem de uma festa originaria de países católicos da Europa, que queria saudar seus santos de devoção, principalmente São João.


Fruto da imigração européia, a tradição chegou ao Brasil por intermédio dos portugueses durante o período colonial e desde essa época já sofreu grandes influências culturais de outros povos que fixavam moradia em nosso país: chineses, espanhóis e franceses. Sendo que veio da França, a cultura de danças marcadas que influenciaram e muito as famosas quadrilhas brasileiras.


Em nosso país as tradicionais festas nordestinas, servem para a população dessa região, agradecer aos Santos pelas chuvas que são escassas na região e mantém uma economia baseada na agricultura. Entretanto, outro fator se mistura aos agradecimentos: os engrandecimentos do bolso da população. A dimensão das festas juninas cresceu em tamanha proporção que já arrastam multidões e são um evento de tamanha grandiosidade que pode ser até comparado ao Carnaval.


A procura de turistas do Sul para fugir do frio e aproveitarem os festejos juninos, aumentam ano após ano e representam um importante momento econômico. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades e atraem não só brasileiros, mas também turistas europeus, asiáticos e norte-americanos.


Na nossa região, a época vem ganhando cada vez mais atenção, tanto que é só dar uma passada no comércio para vermos sinhôs e sinhás caprichando no figurino e na decoração dos ambientes para saudar os visitantes e principalmente atraí-los para suas casas de comércio com interesses financeiros.


As festas conquistam os nossos olhares, nossos gostos, nossos bolsos e principalmente nosso paladar: pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho. Arroz doce, amendoim, pinhão, bombocado, cocada, pé-de-moleque, batata doce. E assim quem é que resiste? As vendas aumentam e o peso na balança, também. E viva o quentão! Quer dizer, São João!

Aroma de Café


Para rebater os ares gelados que trazem a geada, eu, como viciada em cafeína, lhes ofereço uma xícara de café. A apreciada bebida mais consumida nas épocas frias do ano engrandece a culinária e, já teve objetivo até de cortejar o Professor Girafáles.


Dentre os mais pedidos em cafeterias ou bistrôs especializados, o italiano Cappuccino com leite de aquecido e ora com chocolate, o francês Chateau, com licor de cerejas e creme de chantilly; o escocês misturado com açúcar, licor de creme de café, whisky escocês e creme de leite ou mesmo o brasileiríssimo preto após o almoço têm seu ponto forte na fragrância, que deve ser fresca e intensa, mas é no aroma que faz com que seus degustadores rendam-se a seu sabor.


Entretanto, o sabor e as propriedades do café não são só devida presença da cafeína; a substância é responsável por apenas 2,5% do cafezinho, deixando espaço para o potássio, magnésio, cálcio, sódio, ferro, manganês, rubídio, zinco, cobre, e mais outros 36 elementos. A cafeína pode amenizar os efeitos da adenosina, responsável pelo sono, e age inibindo o sistema límbico, que impulsiona o desejo excessivo de auto-gratificação, responsável pela insatisfação e depressão.


Alvo de grandes mitos e pesquisas científicas, o café ganha novos usos e admiradores com o passar dos anos. Dentre as mais recentes descobertas sobre a bebida, uma feita na Universidade Autônoma de Madri, na Espanha, sugere que mulheres que tomam até três xícaras de café por dia tem 25% menos chances de morrer de doenças cardíacas. Os espanhóis verificaram ainda que consumir até seis xícaras da bebida por dia não traz malefícios à saúde de homens e mulheres. Os seus benefícios foram verificados claramente entre as mulheres e trouxe malefícios aos homens.


Já na Universidade de Dakota do Norte, nos Estados Unidos, um estudo com coelhos e uma dieta rica em colesterol sugeriu que coelhos que ingeriram cafeína apresentaram uma barreira sangüínea menos danificada pelo nível de colesterol do que a dos outros animais. Segundo as investigações, a cafeína parece bloquear os efeitos danosos do colesterol que prejudicam o isolamento da barreira sangüínea. Sendo uma droga segura e disponível e sua habilidade de estabilizar a barreira sangüínea no cérebro, pode ter um papel importante no tratamento de problemas neurológicos.


Curando, estabilizando ou provocando males, o café é quase unanimidade e uma ótima alternativa para esquentar nesses dias frios! Não querem entrar para tomar uma xícara de café? Não será incômodo algum, o Polly´s Bistrô terá prazer em lhe atender.

sábado, 14 de junho de 2008

Olhares de Bar

Não era um dia bom. E dias que não são bons, quase nunca tem final feliz. Mas não podia dizer também, que era um dia ruim. Era um dia daqueles que parece que você não está lá. Lá onde? Lá em todo o lugar, alguma coisa que puxa as pessoas de um lugar para o outro e de outro para outro, não deixando-nos parados em lugar algum e no final estamos em lugar nenhum.

Era desta maneira que ele estava se sentindo naquela tarde, na verdade aquilo havia começado de manhã e ia acompanhá-lo até tarde da noite: um sentimento saudoso no ar. Mas e teria razão sentir saudade de alguém qual mal conhecia? E quem irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? Bem cantou Renato Russo, pois naquele dia nada parecia ter razão, e isso não permitia que ele se concentrasse em suas nenhum de seus afazeres.

Como a internet em dias de mau tempo, ele não estabelecia conexão com nada: nem com o despertador que tocou e foi desligado, nem com a mãe que ligava desde cedo da manhã, nem com o chefe que cobrava as tarefas atrasadas, nem com a prova na faculdade e muito menos com a vizinha do 615 que muito insinuante, o auxiliou com nó na gravata no elevador do prédio.

Assim, naquela tarde, nada parecia ter importância, logo, desejou praticamente o dia todo voltar o tempo na noite anterior para sentir novamente, mesmo que de relance, aquele perfume, também obter de alguma forma o telefone daquela inesquecível fragrância e principalmente se inebriar com o brilho daquele olhar. Nada fazia esquecer o semblante da menina de cabelos negros e riso fácil que monopolizou por longas horas sua atenção.

Ao avistá-la concordou que aqueles olhos não eram para ele estranhos, e até tentou por alguns momentos recordar algum lugar ou ocasião que os encontrara, mas foi em vão e também não interessava, o que importou foi o tempo os quais seus olhos se deleitaram com magnetismo de sua íris.

Sempre fora adepto de uma vida cujo lema era o Carpe Diem, onde o aproveite o dia nunca poderia ser esquecido. Para tanto não considerava barzinhos como lugar correto para encontrar a pessoa certa, um alguém especial com um brilho especial. Era ele mesmo que distribuía conselhos e alertas sobre as garotas de balada aos companheiros de conduta, com discurso categórico: “garotas de bar são excelentes mulheres, possuem olhares penetrantes e embriagadores; mas não são estes os olhos que servirão para repousar sobre o berço de seus filhos e muito menos os que servirão de cobertor para sua pele!” Talvez esse julgamento era o que estava o condenando e fazia daquela sensação uma sensação sufocante, pois embora tenham trocado somente olhares esguios, tímidos e desconfiados, aquele olhar penetrante e ao mesmo tempo doce era um olhar de bar, e mesmo assim lhe tão profundamente de maneira que não o pôde esquecer.

Sentiu por muitas vezes ao longo dia, vontade de sentar ao lado de alguém e conversar sobre aquele olhar e o que o seu estava a divagar, mas corria em suas veias um medo enorme de que alguém interpretasse aquele como um olhar sentimental e que nele transparecesse um sentimento que não poderia ser visto: a paixão. O fato era que já havia passado várias horas e aquele frio que sentiu quando ela passou por detrás de sua cadeira no bar, deixando um suave frescor de ousadia, graça e segurança ainda não havia o deixado.

O pior não era ter que enfrentar o que estava acontecendo, mas o pior era, saber que não sabia muita coisa daqueles olhos cor de mel e não também não tinha idéia de quando poderia os vê-los novamente.

Batendo a caneta na mesa do escritório, indagou-se sobre a sua filosofia do Carpe Diem. Será que soube aproveitar as oportunidades que o dia lhe deu? Certamente não, porque ficara enfeitiçado de tal modo que não conseguiu agir, só observar. Frustrou-se. As dúvidas eram muitas. Fora acometido de um sentimento de insegurança e de medo de não poder encontrá-la novamente. Será que percebera que aquele riso fácil e aqueles olhos tímidos e penetrantes poderiam preencher parte do vazio de seu futuro? Ou será que aquele era um olhar de bar, só de uma noite, só pra se encantar?

Em meio a tantos pensamentos, mal imaginava ele que, ela também percebera seu olhar e estava acometida dos mesmos sintomas psicológicos. Conhecia a sua filosofia de olhares de garotas de bar, entretanto desejava os ver novamente.

E ali, existia olhares que se completaram em uma noite e faziam falta em uma tarde de um dia que não era bom, mas que precisava de um final feliz. Às vezes um olhar correspondido pode encantar e fazer um dia ficar feliz, mas também um olhar contido pode calar, fazer sofrer e fazer um dia ficar infeliz. E quem impedirá uma história como essa, de olhares perdidos em um dia não tão bom de ter um final feliz? Somente eles mesmos, os próprios, se não souberem dar uma oportunidade para esses olhares sejam eles tímidos, penetrantes, esguios, puros, desconcertantes ou de bares, completarem e agirem por si só. Bastará olhar.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A competitividade do mercado amoroso

É mais do que sabido por todos que vivemos em uma estrutura comercial que sofre com a tensão dos altos e baixos do mercado. A necessidade de se oferecer produtos e serviços que satisfaçam ao gosto, ao perfil e ao bolso do consumidor é percebida através dos níveis de oferta e demanda desses produtos e serviços.

Segundo rege a Economia, demanda é tudo aquilo que um consumidor almeja adquirir em um tempo, é o desejo do consumidor. Essa demanda sofre influência do gosto do consumidor, do preço do bem desejado, sua relação com o preço de um bem substituto e a relação de seu preço com o poder de compra do consumidor. Já a oferta é a quantidade de bens, produtos ou serviços que seus produtores desejam vender.

Essas duas forças por vezes podem entrar em conflito fazendo com que o preço dos produtos seja regido pela oferta, que oferecerá pouco para o mesmo elevar-se, e pela demanda, que almejará muitos produtos para ele chegar a preços mais acessíveis. Assim produtos vendidos em épocas de Dia dos Namorados (12/06: flores, perfumes, cartões apaixonados, lingeries, ursinhos de pelúcia) e subseqüentemente Dia dos Encalhados (13/06: caixas de chocolate, locações de filmes românticos, garrafas de wiskhy) tendem a ficarem mais caros, pois a demanda pelos mesmos aumenta em uma proporção muito maior que o aumento de sua oferta.

Logo, em tempos de grandes de aumentos na venda, não somente os fatores de demanda e de oferta devem ser analisados, mas a competitividade deve ser levada em conta. Para Christian Luiz da Silva, professor da FAE, economista, mestre e doutorando em Engenharia de Produção pela UFSC, a competitividade do mercado deve ser mais que um objetivo, e sim uma necessidade. “Capacidade de competir em meio às freqüentes variações do mercado é fundamental às empresas”. Para ele competitividade é um conceito dinâmico onde, para acompanhar o complexo processo concorrencial, as empresas devem ter um olho no passado – para fortalecer os acertos e não repetir erros; os pés firmes no presente – para posicionar-se com segurança diante da instabilidade do mercado; e um olhar atento para o futuro – para promover os ajustes necessários.

Diante dos complexos processos concorrenciais e da aproximação das datas comerciais do mês de Junho, temos uma grande elevação da demanda de um produto que anda escasso no mercado: candidatos a namorados e namoradas.

Há controvérsia sobre quais são os fatores que estão gerando esse desequilíbrio no mercado, entre tantas ressalto o gosto do consumidor, fator aliado à oferta de “mercadoria” disponível no mercado, poderia ser uma justificativa para o aumento da demanda de candidatos a namorados, o que leva a pensarmos sobre a competitividade dos produtos (pessoas).

Será que os produtos que estão sendo oferecidos são de agrado do consumidor? É possível que, os produtos que atualmente andam “disponíveis” não atendam as necessidades do público alvo. Todavia, é considerável também que o poder de compra do consumidor seja inferior ao ofertado e conseqüentemente esteja fora do que o mercado está apresentando.

Tudo bem que os opostos se atraem, mas diante da competitividade descrita pelo Professor Christian, os produtos têm que se manter dinâmicos e atualizados, favorecendo acertos e demonstrando-se seguros e atentos ao desejo de quem os necessita.

A competitividade muitas vezes caminha de mãos dadas com a instabilidade e o mercado necessita de produtos que correspondam à expectativa global. Seja no mercado econômico, seja no mercado amoroso. Expectativa? Moldar-se às necessidades do mercado? Aí, para cada cabeça uma sentença: manter-se fiel aos princípios e gastar no 13 ou ser mais maleável e gastar no dia 12. O que vale lembrar é que existem produtos encalhados em prateleiras, e de boa qualidade.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Entre a Razão e o Coração

Publicada no Jornal Liberal de 06 de Junho de 2008

Não senhores, essa coluna não está fazendo propaganda do Programa da Márcia Goldschimidt, poderia fazer apologia a música Eduardo e Mônica do Legião Urbana: “e quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração”, ou mesmo trazer esclarecimentos e um monte de conceitos, mas o pensamento de hoje faz perguntas.
Quem é que um dia não questionou alguma coisa ou um acontecimento e chegou a terrível conclusão que ele não tinha razão nenhuma de ser? Quem já não ficou entre a razão e a emoção? Mas o que é a razão? Será que todas as coisas têm que realmente ter razão para acontecer?
Muitos filósofos e pensadores tentaram entender a razão e muitos deles opunham a razão à imaginação, onde na imaginação cabiam qualidades secundárias, que são dadas aos sentidos e na razão, as qualidades são primárias. Logo, a imaginação estaria ligada diretamente aos sentidos e sensações e assim distante e contrária à razão.

Porém, o homem, definido como racional possue a capacidade de criar e articular palavras e pensamentos: fala, pensa, tem idéias e onde razão não é somente a arte de pensar, mas a fazer de forma organizada, esclarecida, contida e principalmente sem contradições, controvérsias e emoções. Logo, um pensamento de razão iniciado com Sócrates e Platão ainda vive e nos faz escravos atualmente. Esses pensadores acreditavam que o corpo, as sensações, as emoções, são a fonte dos erros, da violência e da desordem. Assim, o homem racional e pensante precisaria se opor à sensibilidade, percepções e apetites do corpo, e buscar a essência das coisas, buscando a verdade que vem dos pensamentos e idéias.

Entretanto, somos guiados muitas vezes por emoções, muitas delas ditas à flor da pele, o que nos leva a esquecer da razão. Pois bem, sendo o homem um ser que pensa, mas que também sente e ama, não conseguindo por muitas vezes dominar seus sentimentos, pode ele então ser um ser racional?

Nietzsche, falava que nada poderia afastar um homem de seu desejo e de seu pensamento. Entretanto, ele mesmo viu-se perdido diante de um sentimento que não podia controlar. Seus pensamentos em alguns pontos concordam com Sócrates, onde o homem perde a sua razão quando se encontra com a emoção, mas cita que caos, desordem e a contradição são fatores necessários para gerar uma estrela e que a razão é ligada a nossos instintos, ou seja, nossas emoções: “Não é só a razão, mas também a nossa consciência, que se submetem ao nosso instinto mais forte, ao tirano que habita em nós."

Teorias criadas ao longo da história, afirmam que se o homem pudesse manter como modelo de discurso, deveria afastar todos que atentassem contra ele e sua racionalidade, logo: os que deliram, se excedem, se desequilibram, eliminando assim o sentimento e a loucura e tudo o que seja estranho, desconhecido, obscuro, diferente, representado na figura do louco. Todavia, grande parte dos homens que construíram nossa cultura - cientistas, artistas, pensadores - foram considerados loucos. Será então que aqueles que no passado eram considerados loucos e desprovidos de intelectualidade, não são os racionais de hoje?

Será que um certo grau de loucura não é uma condição para criar? Será que ao excluir a loucura e os sentimentos da vida, nossa razão não estaria se tornando também mais fraca? Menos criativa? Mais triste? Não sei. Só sei que se tudo tem uma razão de ser eu ainda não encontrei uma razão para distanciar a razão da emoção. E como diria Toquinho: “Tudo acontece de repente, entre a loucura e a razão, ah, essa vida mata a gente de tédio e paixão”.

E as atitudes?

Publicada no Jornal Liberal de 30/05/2008


Senhores, antes de começar meu raciocínio desta semana, gostaria de relembrar, o tema da primeira “Vôo Livre” do ano de 2008. Recordam-se? Listei cinco atitudes as quais teriam função melhorar o nosso bem estar e o de nossos descendentes. E ao findar o quinto mês do ano, bem que poderíamos dar uma analisada em nossos atos e avaliar se nossos gestos estão condizendo com as promessas de Ano Novo, não é mesmo?
Dentre os compromissos que propus, destaco, especialmente essa semana, o: número um: separar o lixo e número três: utilizar menos sacolas plásticas. É fácil perceber que todos eles estão relacionados com o Meio Ambiente e, assim ao comemorarmos na próxima semana, a Semana do Meio Ambiente e seu Dia Internacional no dia 05, nada mais coerente do que a retomada desses propósitos.
Segundo pesquisas e levantamentos do AJUDA BRASIL, a quantidade de lixo produzida semanalmente por um ser humano é de aproximadamente 5 Kg. Só o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia. O aumento excessivo da quantidade de lixo se deve ao aumento do poder aquisitivo e ao perfil de consumo de uma população: quanto mais produtos industrializados existir, mais lixo é produzido. Aí é que mora o problema, a atual sociedade tecnológica aprimora e cria cada vez mais produtos industrializados, fazendo com que os números só aumentem, o que agrava ainda mais o problema pois a população não separa o lixo e são poucos os governos e entidades que se preocupam com o problema do lixo brasileiro.

Pensando como agimos com o lixo em nossas casas e nossa cidade, vemos a presença da solução para eles, as vilãs de plástico, que fazem com que comércios gastem abusivamente em sua compra e que nossas casas fiquem sobrecarregadas das mesmas: as sacolinhas. Já ouvi uma série de contestações e algumas defesas em favor delas, o fato é que elas podem ser reutilizadas e úteis, mas seu uso é abusivo. Às vezes vamos aos supermercados e para um produto ganhamos três sacolas, devido à fragilidade na fabricação da mesma.

A matéria-prima das odiadas sacolinhas é o plástico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade. No Brasil, segundo a AGENDA AMBIENTAL (2006), são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico filme, o que já representa 9,7% de todo o lixo do país. Como o destino de cerca de 90% delas são o lixo, elas acabam abandonadas em aterros onde impedem a passagem da água retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis e dificultando a compactação dos detritos. Outro fator que agrava a questão é que a descoberta desse material é recente e por isso ainda não se determinou precisamente quanto tempo demora a sua decomposição, mas sabe-se que é superior a 100 anos e que o potencial de danos ao meio ambiente exercido é de altas proporções.

Lembro também senhores, que qualquer tipo plástico é obtido a partir do petróleo e os fatos presenciados pela humanidade quanto à posse de petróleo não nos trazem boas recordações. Além dos conflitos do petróleo, o acúmulo de lixo em grandes aterros compromete a qualidade do ar, que faz com que gases poluentes se acumulem na atmosfera, degradando a camada de ozônio, prejudicando a filtragem dos raios solares, o que contribui para o aquecimento global. Viram só? Nossas ações estão contribuindo para os atuais desastres naturais que estão dizimando em grande proporção à população mundial.

Caros, o problema é velho, a consciência é falha e o conhecimento das atitudes: arcaico. Porém, todos encaram o problema de maneira que só o carro do outro que emite poluentes e só as sacolinhas de São Paulo que poluem o Tiete. Abri os olhos senhores e revejam seus conceitos. Preservar, separar e economizar para manter. E nada de faça a sua parte, faça a sua e a do outro, atitudes conjuntas surtem mais efeitos que as isoladas.