quinta-feira, 31 de julho de 2008

E se morresse amanhã?


Há muito eu venho falado de tempos. Tempos que vão e vem. Tempos que passam e que ficam. Tempos que vivemos, estamos vivendo e que um dia viveremos; seja nessa ou em outra atmosfera. Todavia, ensaios e frases decoradas de que a vida é curta, é um livro que não pode ser passado a limpo, parecem cada dia mais clichês e nos soam sem efeito nenhum.

O fato que é, frases simples, clichês, mas verdadeiras perdem seu sentido dentro da ambição e mediocridade das pessoas, onde estas impregnadas dos males de mente procuram resposta e a cura para todos seus problemas em livros de ajuda, em cartas, no além.

Ironicamente, antes mesmo da pergunta nós temos uma resposta: tudo está dentro de nós mesmos. Pode de novo parecer clichê, mas quanto mais o mundo tem a oferecer as pessoas mais elas procuram. Procuram o quê? Nem elas sabem. E assim tudo se perde e perde o sentido: sonhos, ideais e planos.

A frase-título da semana, se não a mais, uma das mais clichês de todas, é decorada, mas acredito que chamou a vossa atenção para essas linhas, neste momento. Sabem porque? É que basta falar em perdas, que tudo parece apertar o coração, esvair sentimentos e nos faz sentir o calo, parar para pensar se temos nas mãos as rédeas de nossas vidas.

Desta forma, clichê, eu vos pergunto: se recebessem um bilhete de Deus lhe dizendo que o próximo seria o último dia da sua vida, o que fariam?

Muitos talvez fariam dívidas que nunca iriam ser pagas, alguns sairiam completamente da dieta, alguns roubariam um carro, outros um beijo. Alguns, porém decidiriam por dedicar um dia à sua família, outros a seu emprego. Uns casariam, outros separariam, outros se declarariam, outros mandariam uma carta. Talvez alguns viajariam para longe, outros voltariam para casa, mas certamente, todos escutariam o seu coração, encontrariam a resposta e fariam algo que os faria estritamente felizes.

Confesso-lhes que depois de um surto investigativo, comecei a elaborar minha lista de coisas para se fazer antes de morrer e excluindo algumas extravagâncias necessárias para alimentar a alma sonhadora, algumas delas eu até já realizei e foi muito fácil.

O que nos faz pensar que um dia em que tudo nos fosse permitido seria só aquele que nos antecedesse o céu, inferno ou purgatório? Somos seres vivos, de carne, osso e coração e não relógios programados esperando um tempo fúnebre para viver melhor. Assim mesmo sendo clichê, tome as rédeas e viva cada dia como se fosse o último, porque se você fosse amanhã, iria ao menos tentando ser feliz, porque esse tempo é que faz sentido. Permita-se.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

A tal da Razão


"Talvez a razão pela qual eu falo tanto em razão é a minha falta de
razão e a minha incessante busca por ela. Engraçado que quanto
mais eu busco entender a tal da razão, mais eu sei sobre ela,
menos eu consigo manté-la em minha vida.

Não sei se um destino e uma vida mantidos integralmente dentro da razão são dignos de louvor e
principalmente se nos trazem a verdadeira alegria de viver; todavia, quanto mais eu preciso
dela, menos eu a tenho.

Dizem que há um pouco de razão na loucura, mas ás vezes, na minha loucura eu não encontro
nenhum tipo de razão".

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Pra onde tenha SOL


Em tempos de ventos gelados de Julho e dos frescores excessivos das construções de alvenaria, desfrutar o calor do Sol torna-se quase que indispensável. Contrariando a estação quente onde muitos fogem do seu calor parece que é no Inverno é que damos ao Sol o seu devido valor.
Ficar sentando à tardinha se esquentando com seus raios, caminhar pela manhã sob o seu abrigo nos é tentador, aonde vimos o Sol como o Herói dos dias invernais. Entretanto, simultâneo ao pensamento do bem estar que nos é causado por ele, lembramos também do seu papel como Vilão, quando lembramos dos efeitos do aquecimento global e seus malefícios à saúde.

Todavia, podemos ficar descansados, pois pesquisa sobre o impacto da exposição ao sol na saúde sugere que os benefícios da luz solar podem superar os riscos de câncer de pele para algumas pessoas. O cientista Richard Setlow, que já havia criado relações sobre sol e câncer de pele, ressalta que a falta de luz solar pode prejudicar a produção de vitamina D, substância que ajuda na prevenção de vários tipos de câncer e doenças cardíacas.

A vitamina D promove a absorção de cálcio e é fundamental para o desenvolvimento de ossos e dentes é importante para crianças, gestantes e mães que amamentam, pois favorece o crescimento e permite fixação do cálcio, sua deficiência pode precipitar e aumentar a osteoporose em adultos e causar raquitismo, uma avitaminose, em crianças.

No estudo verificaram-se diferenças na síntese de vitamina D em pessoas que vivem em latitudes diferentes, onde quem vive na região do Equador, como na Região Norte brasileira, produzem 3,4 vezes mais vitamina D em resposta à exposição ao sol do que quem vive na Inglaterra. Assim, os pesquisadores observaram que a incidência de outros tipos de câncer, como de pulmão, mama e próstata aumentavam no sentido norte-sul. Porém, ao analisar as taxas de sobrevivência, viu-se que pessoas que ficam mais expostas ao sol apresentam prognóstico melhor.

Finalizando a pesquisa os cientistas afirmaram que para prevenir o câncer de pele e continuar produzindo vitamina D, é preciso aumentar o consumo de alimentos ricos na substância e continuar utilizando o protetor solar. Contudo, os amantes da pele dourada no verão devem conter-se, pois, sol demais nos horários de pico faz mal! Enquanto o verão não vem o bom é curtir o inverno, se esquentar e ir aonde tenha sol, porque é pra lá que eu vou.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O que te faz feliz?


Semana passada estava caminhando em companhia de minha amada mãe pelas ruas da amigável Realeza. Nada muito emocionante a não ser pelo fato que nos deparamos com carente bichano que ronronava pela rua em busca de atenção. Paramos diante dele e começamos a afagá-lo e falar como duas “abestalhadas”: “-Oi miminho lindo, que vuxe ta fazenu perdidu por aí?” – aquele momento marcado pelas nossas vozes manhosas e pelo exibicionismo do belo gato, nos vez rir e com certeza, naquela tarde nos fez mais felizes.

Pensando em pequenos fragmentos de felicidade, recordei-me de um pensamento que inserido em uma crônica a qual não lembro o autor, falava assim: “somente aprendemos a viver, quando aprendemos a morrer”. No momento achei a frase um tanto quanto depreciativa quanto ao valor da vida, mas como aprendi algumas técnicas “filosofísticas” com meus pequenos da quarta-série, pensando sobre ela compreendi suas entrelinhas, onde infelizmente só valorizamos as coisas, os momentos, as pessoas quando as perdemos; quando vem a morte.

Tão logo é impossível falar em vida sem falar em felicidade, afinal vivemos com o intuito de ser felizes. Porém, muitas vezes a imagem que vemos no espelho são de pessoas cansadas demais, ambiciosas demais, determinadas demais e ocupadas demais para qualquer ronronar de gato que abrilhantaria seu dia e assim tudo passa e vemos morrer ao poucos a felicidade em nossa vida.

"Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade?", Nietzsche fala na vida em eternidade, e acredito que a felicidade deveria ser eterna, assim como as pessoas que a gente ama, os sentimentos que nós sentimos, as coisas que nos fazem feliz. Mas então, senhores, pergunto a cada um: o que vos faz feliz? Uma noite em um cassino de jogos? Uma caminhada pela manhã com o sol beijando seu rosto? Uma tarde inteira com uma velha amiga em um banco da praça? Um tênis novo? Uma viagem para o exterior? Uma moto transada? Não importa, o que importa é a felicidade que cada coisa, cada acontecimento vai nos trazer.

Infelizmente nada é eterno e adiar uma felicidade é sonhar com um futuro brilhante é ambição demais para quem quer ser feliz. Somos donos de nossas vidas, de nosso futuro e de nossos destinos. Se hoje nos taxamos como infelizes, a culpa é toda nossa. Se a sorte não nos sorriu e se as oportunidades passaram, fomos nos que não nos mostramos favoráveis para que cada isso nos acontecesse. Não importa o que, nem como, nem onde e sim quando ser feliz: todos os dias da vida.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Tempos


Houve um tempo, o qual eu amava o vermelho. Meus cadernos, roupas, mochila, batom, brincos, meias, enfim tudo o que usava tinha a paixão e o grito do vermelho.

Houve um tempo, o qual eu odiava cerveja, salada, mamão e ir a academia; que criticava quem usava celular, quem ouvia sertanejo, quem beijava mais de um em na balada.

Houve um tempo, o qual eu dizia ter personalidade forte, que não mudaria meus princípios por nada e que meu destino era somente eu quem traçava.

Houve um tempo o qual eu gostava do seguinte trecho do poema Aprendi: “(...) e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam”...

Houve um tempo, o qual eu acreditava que a única pessoa a qual eu podia confiar era eu mesmo e era assim que os outros deviam me ver.

Houve um tempo, o qual eu não aceitava perder, onde eu acreditava que uma derrota só mereceria lágrimas e fundo do poço.

Houve um tempo, o qual eu acreditava que seria feliz quando adulta, formada na faculdade, realizada no amor e sem pedras como obstáculos em meu caminho.

Houve um tempo, o qual eu temia as tempestades, tufões e as mudanças do tempo e da vida. E houve um tempo, em que tudo mudou.

Apaixonei-me pela chuva e pela fuga da rotina, passei gostar de branco, lilás, rosa, laranja e de decolores. Comecei a apreciar saladas light, cerveja e malhação na academia. Comprei um celular e passei a achar lindo, mensagens de bichinhos e coraçõezinhos. Decorei todas as músicas do Vitor e Léo e ainda rio dos saldos ao final do encontro entre amigas.

Troquei o trecho favorito do Aprendi: “ (...) e começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança”.

Cresci, amadureci, mas nem assim tenho certeza de minhas idéias. Conclui que deixar a vida me levar, não é só um trecho de um pagodinho, muito menos uma desculpa para não se preocupar com a vida, mas corresponde a um modo de viver mais leve e solto.

Vi que a vida é um livro e quem o escreve sou eu, mas ela é uma história, e para que tenha um final feliz é preciso confiar e dar essa vida aos seus personagens. Entendi que crescemos muito mais com tropeços e pedradas, do que com vitórias e louros, pois só assim sentimos o calor de uma mão amiga curando machucados e percebemos o brilho das pedras lapidadas.

Descobri que não precisa ser muito para ser alguém, que uma pessoa especial pode não ser aquela que não titubeia, mas sim aquela metamorfose ambulante que tem fé na vida.

E depois de tantos tempos, e de tantos erros, descobri que não são os outros que devem me ver, mas sou eu mesmo que devo me notar, e além de tudo, descobri o principal: que eu não descobri tudo isso, pois tudo eu já sabia, mas que te tanto olhar para os outros e esperar por novos tempos, eu não vivia o meu tempo: o integral tempo de ser feliz.