sábado, 26 de outubro de 2013

Sobre Amizade


- Pollyanna, já foi consultar?
- Nãoooo Mayara! E pare de gritar!
- Não paro, porque com você não tem outro jeito de falar. E eu vou continuar falando até você ir.
            E realmente, ela não descansou até eu ir. Ela e mais algumas importantes pessoas que me rodeiam e que merecem o título de amigos, conseguiram me aguentar dias atrás e sustentar nesta difícil caminhada que se chama vida, realmente importando-se com minha saúde.
            Mário Quintana disse uma vez: “amizade é o amor que nunca morre” e de fato é porque amigos se suportam em meio há muitas adversidades, conhecem realmente como nós somos e principalmente como devem lidar, pois tem muita coisa nessa vida que depois de passado certo tempo, não se muda. Uma delas é nossa forma de pensar e agir.
            Pensando sobre a importância que os amigos tem em nossas vidas, lembrei dos conceitos de Aristóteles sobre a amizade. Em dois de seus livros, ele fala que a amizade é uma virtude extremamente necessária a vida. Segundo o filósofo, ninguém escolheria viver sem amigos, ainda que dispusesse de todos os outros bens, e até mesmo pensamos que os ricos, os que ocupam altos cargos, e os que detêm o poder são os que mais precisam de amigos; de fato, de que serviria tanta prosperidade sem a oportunidade de fazer o bem, se este se manifesta sobre tudo e em sua mais louvável forma em relação aos amigos?”
            Para seu discípulo Platão, a amizade pode ser classificada em três tipos diferentes: (1) a amizade segundo o prazer, que se fomenta em mantê-la em função de que é agradável em um para o outro. Muitos mantém amizade não por causa do caráter, mas pelo bem que as pessoas podem proporcionar. A amizade segundo a utilidade (2) que é estabelecida pelo bem que uma pode receber da outra e ainda amizade segundo a virtude (3) só se estabelece por homens que são bons e semelhantes na virtude porque tais pessoas desejam o bem umas as outras de modo idêntico e são bons em si mesmos, e segundo Platão amizades assim são raras. E sabe o por quê? Porque geralmente as amizades que existem são por prazer ou por utilidade e são efêmeras e passageiras, quando deixa de ser útil ela acaba e nos deparamos com esse tipo de amizade por inúmeros períodos de nossas vidas.
            Aristóteles fala da amizade pela virtude como uma amizade perfeita, pois nela cada um recebe do outro o mesmo que dá ou algo semelhante: amor, carinho, ternura, afeto, ajuda, preocupação, compreensão. Talvez seja isso que nos mantenham amigos de certas pessoas a vida inteira, pois elas nos conhecem exatamente como somos e por nos conhecer sabem que receberão o mesmo que ofereceram. E talvez, também seja por isso, que mesmo em situações muito adversas, fizemos amigos muito rapidamente e sabemos que aquela amizade vai durar a vida inteira, não impedindo nem que tempo e espaço atrapalhem. Sim: tempo, espaço, gritos, berros, torrações de saco, piadas sem graça, músicas chatas, mensagens de madrugada, apelidos carinhosos, beliscões, mordidas, entre outros detalhes que alimentam uma bela amizade. Porque não existe nada melhor, do que estar entre amigos.


Pollyanna Gracy Wronski agradece aos amigos de virtude que a rodearam nos últimos dias e decidiu que vai comprar uma BMW pra agradar a Mayara. 

domingo, 20 de outubro de 2013

Relaxa e Abstrai

Depois de um mês cheio de tarefas, com cabeça lotada de atividades e compromissos, resolvi iniciar um mês diferente, com coisas que estavam fora da minha rotina diária e que de alguma forma me fizessem bem e que eu realmente gostasse de fazer.
         Dentre as coisas que resolvi retomar, foi caminhar ao ar livre. Aí vocês devem pensar, claro, verão chegando, esse é o motivo. Também, praticar exercícios físicos é fundamental em todas as estações do ano, mas a minha intenção maior era ficar sozinha com meus pensamentos. Enfurnada na correria de todo dia, com muitas coisas pra pensar e resolver, acabamos pensando em quase tudo, menos em nós mesmos.
Imagino que assim como eu fiz, milhões de pessoas sentem, que em determinado momento é preciso parar e inclusive parar de pensar. Não, queridos, não parar literalmente, entretanto, em alguns momentos da vida, entramos em umas linhas de raciocínio, que não encontramos respostas, que não entendemos e que achamos que ninguém nos entende. Bem, quando normalmente chegamos a este ponto, dificilmente alguém irá mesmo nos entender, então parar é necessário.
Neste caminhar, entre ruas, carros passando e as minhas músicas preferindo a embalar meu andar, no auge destes pensamentos confusos, cheguei a conclusão que existem coisas que realmente não precisamos entender e que principalmente ninguém irá entender como chegamos até lá. E este estado de espírito, já literalmente definido como “sei lá”, que é o ponto que nem ao menos conseguimos contextualizar as nossas angústias, medos e aflições e o jeito é serenar, ou traduzindo para linguagem informal, o jeito é abstrair.
E nessa coisa de pensar em não pensar, compreendi também que existem coisas nessa vida bandida da gente que não precisam ser entendidas. Nem porque o céu é azul, nem porque certas coisas não acontecem com a gente, nem porque não fizemos o que queremos, nem porque valorizamos coisas e pessoas que não nos valorizam e ao contrário. Não, sai dessa vida. Chega um dado momento que serenar é o melhor, justamente porque, tentar entender tudo é chato, desperta a loucura e mata a sanidade, (me desculpem os filósofos neste momento, não seríamos nada sem vocês) todavia, admiti que relaxar pode não ser considerado displicência como por muito tempo pensei, mas trata-se de reogarnizar prioridades e de certa forma tirar mais tempo para viver.
Fácil, certamente nao será, porque dentre todas as batalhas que travamos durante toda a nossa vida, a pior certamente é aquela que temos com nós mesmos. Mas, depois de pensar, resolvi abstrair e me livrar das razões. Afinal, já que nossas verdades não são verdades absolutas, assim já que podemos não estar certos, não precisamos ter razões de tudo. Ter razão para tudo implica em seguir o que a sociedade impõe e isso, minha gente, nos amarra à vida e nos faz vítimas de nós mesmos. Nos tornamos nossos próprios inimigos, com regras internas, medos loucos e ansiedades vazias.
Tudo que acontece em nossas vidas é saudável e nos faz crescer: amor, amizade, carinho e principalmente, a falta deles, rejeição, e por mais que seja cruel, depende da forma que olhamos os fatos e da importância que damos a eles, porque muitas vezes eles não merecem nenhuma importância. Como dizem, se nem Jesus agradou todo mundo... nós não temos função disto!
Depois de tanto caminhar, percebi, que é legal tentarmos esclarecer dúvidas, ter foco e idealizar, mas tem tempos, que é melhor jogar tudo para o alto e aumentar o som do fone de ouvido, fazendo só aquilo que nos faz bem e nos aquieta os ânimos. Só lembrem-se, o inconsciente sempre nos vê por baixo das cortinas.

Pollyanna Gracy Wronski terminou este artigo e foi caminhar, ouvindo Coldplay.