quinta-feira, 30 de outubro de 2008

De vermelho eu vou, pro samba que você me convidou!

Gilberto Gil convidou pro samba, mas o paletó virou estopa e perdeu até a cor. Depois do pecado de Adão e Eva, a vestimenta tornou-se quesito fundamental e de grande preocupação para todo ser humano, principalmente para os do sexo feminino. Apresentar-se bem vestido a um importante evento, compromisso ou encontro, não é só questão de boa aparência, de cuidado, mas agrupa ainda questões de impressões a causar e personalidades a julgar, onde cada peça e cada cor deve casar com a ocasião e o local a ser freqüentado.

O assunto “roupa e cor” despertam tanto a atenção da população que várias pesquisas são feitas quanto ao gosto do consumidor, as tendências da moda, a demanda do mercado, porém um ponto curioso foi observado por pesquisadores da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos: o impacto que elas causam nos homens.

O estudo sugere que saber escolher a cor da roupa para um encontro amoroso pode ajudar na hora da conquista. E adivinha qual é a cor que mais chama atenção dos “cuecas de plantão”? O vermelho da paixão!

Durante a pesquisa, foram mostradas aos “cobaias” do estudo, várias fotos de mulheres usando roupas das cores azul, verde, cinza, branco e vermelho e estes foram questionados sobre qual delas eles sentiam mais atração e até com qual gastariam mais dinheiro durante um encontro se tivessem disponíveis US$100 dólares.

O intrigante resultado revelou que os machos se sentiram mais seduzidos pelas mulheres que vestiam vermelho. Publicada na revista acadêmica Journal of Personality and Social Psychology, a pesquisa encontrou ligações entre a cor vermelha e a atração física onde apesar de darem preferência ao vermelho nos questionários, quando perguntados sobre a importância da cor da roupa nas escolhas, os homens ressaltaram que o fator tem "pouco impacto".

A cor vermelha sugere motivação, atividade e vontade. Ainda está ligada ao calor e à excitação, a iniciativa e a disposição para agir e ao espírito de pioneirismo que nos eleva. Transmite ideal de persistência, força física, estímulo e poder em seus traços típicos. Amor físico e paixão carnal são sinônimos do vermelho. Como se trata de uma cor quente estimula a vitalidade e energia em todo o organismo vivo, faz a adrenalina circular, ajuda à circulação sangüínea dentro do corpo, promove seu aquecimento e estimula o sistema nervoso.

Segundo Andrew Elliot, cientista chefe da pesquisa: "É fascinante descobrir que uma coisa tão comum como uma cor pode ter um efeito no nosso comportamento mesmo que não tenhamos consciência disso". Talvez devido as suas propriedades, a pesquisa ainda estabeleceu um paralelo na maneira pela qual primatas machos humanos e não-humanos reagem ao vermelho, que confirma antigas suspeitas de muitas mulheres: os homens agem como os demais primatas no domínio sexual.

Embora os homens gostem de pensar que eles reajam ao charme feminino de maneira atenciosa e refinada, parece, pelo menos em alguns pontos, que suas preferências e predileções sejam, numa palavra: primitivas, sugerem os pesquisadores.

Jo Setchell, antropólogo da Universidade de Durham, na Inglaterra e outro interessado no assunto, acrescentou que, como a cor do sangue, o vermelho se tornou um método útil para sinalizar a fertilidade. "Por exemplo, muitas macacas têm inchaços vermelhos que mostram que elas estão no período de ovulação", afirmou. "Há controvérsia sobre se, nas mulheres, a ovulação é sinalizada de alguma maneira, mas há alguma evidência de que alguns tipos de comportamento, como sair mais para se divertir, mudam nesse período" e a roupa para se divertir sempre vem acompanhada do vermelho.

Estudos científicos a parte, não é de hoje que as “DAMAS DE VERMELHO”, deixam a orquestra em festa quando saem para dançar e embora representem uma grande maioria não são todos os que se deixam seduzir pelo glamour do vermelho, porém para quem ousa arriscar, investir no vermelho pode representar uma grande vantagem e até um jantarzinho mais caro.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Cuidado: INFLAMÁVEL!


Um olhar feminino meio “torto”, um suspiro pesado e repleto de raiva, uma resposta bem áspera para uma pergunta nem tão agressiva assim. Um barril de pólvora preste a explodir e sem aviso de CUIDADO: INFLAMÁVEL, para se tomar à devida distância. Aposto que as leitoras já entenderam que o comportamento descrito é típico de uma mulher na temida TPM.

Já comentada em alguns vôos atrás, a Tensão Pré Menstrual é um velho problema que não se ausenta da vida de 7 em cada 10 mulheres, todo o santo mês. O mal se trata de uma desordem neuropsicoendócrina com sintomas que afetam a mulher na esfera biológica, psicológica e social, ou seja, um monte de hormônios que liberados no meio do ciclo menstrual, mudam nossa rotina influenciando diretamente o comportamento feminino.

Os sintomas que vão desde sentimentos de desesperança, auto-depreciação, uma notável ansiedade, tensão, nervosismo, tristeza repentina, choro fácil, passando a sintomas de alteração do apetite, dores musculares, sensação de inchaço, dor de cabeça e distúrbios do sono; indo até a sensação de dificuldade de concentração, diminuição do interesse pelas atividades habituais e cólica.

Diminuições de interesse somadas as cólicas, foram relatadas no último domingo no programa Fantástico da Rede Globo de Televisão, que apresentou uma pesquisa encomendada por uma empresa de telemarketing que desconfiava de um problema exclusivamente feminino, que estaria afetando os negócios.

Segundo registros da empresa, no mercado de call center, as mulheres são as estrelas: vendem muito mais que os homens e assim mulheres na tpm e com cólica, não atendem do mesmo jeito. Na pesquisa foi medida a produtividade das funcionárias durante e fora do período menstrual e o constatado foi uma queda na produtividade nos dias em que a mulher sente cólica que beira os 70%. Entretanto, a questão ressaltada na reportagem foi não somente a queda, mas por que a mulher trabalha tão mal nesses dias? E a resposta é fácil: porque dói!

A dor da cólica é provocada pela prostaglandina, uma substância que faz útero se contrair para facilitar a expulsão do endométrio, quando a gravidez não acontece. Ela também diminui a chegada de sangue, o que propicia a dor, que em momentos é muito intensa e em alguns casos até medicações devem ser utilizadas.

A empresa, após os resultados da pesquisa recorreu à ajuda médica e apostou em palestras de conscientização, a fim de explicar o funcionamento do corpo feminino. “Eu acredito que tenha dado tudo certo, porque a produção aumentou”, diz a diretora de recursos humanos Débora Monteiro.

Já mais que comprovado que a TPM atinge aproximadamente 75% das mulheres, leva a entender que a sensação de que o mundo vai acabar, não se trata de um drama feminino, mas uma questão de saúde publica. Por nisso, nessas alturas no mês, cabe as mulheres manter uma alimentação pobre em gordura, sal, açúcar e cafeína, pois estes aumentam a ação dos hormônios da menstruação, além de praticar exercícios físicos ou de relaxamento a fim de manter a calma. E, é claro, cabe aos homens ligar o botão do “setocol” e auxiliar o sexo frágil a superar esses dias: uma dose extra de paciência e de cuidado é indispensável, se não meu caros, cuidado, porque: EXPLODE!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Surfar: o programa do final e da semana!


Chegou a sexta-feira! Ufa! Depois de uma semana estressante, em casa e no trabalho, finalmente chega o final de semana onde teremos a oportunidade de descansar nossas mentes entupidas de estafa e de hora diante de monitores e de máquinas de calcular, xerox e afins. Torna-se inevitável, ao findar o expediente e na despedida da última aula, a pergunta: “O que vai aprontar hoje?” As respostas para a indagação variam de “vou aproveitar para fazer uns trabalhos de faculdade”, ou “programar umas aulas”, ou até mesmo “fazer umas pesquisas em uns sites”. Vários programas, um destino comum: o computador e logicamente: a internet.

Motivo de grande questionamento e de divergências em nosso século, a internet, segundo o site Wikipédia, nada mais é do que um conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores interligados pelo Protocolo de Internet que, permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados. È a principal tecnologia de informação e comunicação de nossos tempos e pode ser utilizada para fins profissionais, comerciais, intelectuais e sentimentais.

Em âmbitos educacionais, a internet surgiu como um otimizador do processo educativo, o que possibilitou uma interação mais eficaz entre docente e discente, além do intercâmbio educacional e cultural que trouxe a educação uma nova cara: original, criativa e inovadora. Com um olhar comercial, tornou-se um novo nicho de mercado para empresas, que se apropriando dela, a utilizaram com fins publicitários e até do comércio eletrônico. Isso sem mencionar o lazer, são zilhões de opções de entretenimento e de distração que a rede mundial de computadores traz.

A atual geração, porém, anda tão fascinada em Internet que o passeio por msn, sites de relacionamento e blog´s passou de opção de divertimento para uma rotina que só alimentam as teorias de alienação de mães e companheiros de farra que dizem que seu uso só faz mal. Entretanto, para alívio dos adeptos do “mal”, trago a notícia de um novo estudo americano que sugere que pessoas na meia-idade ou mais velhas aumentam o poder de seus cérebros com o uso da internet.

Segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia - Los Angeles, a busca de dados pela rede estimula centros do cérebro que controlam a tomada de decisões e o raciocínio complexo, além de ser eficaz no combate a mudanças fisiológicas relacionadas à idade que levam o cérebro a ficar mais lento.

De acordo com os estudos, com o envelhecimento, o cérebro passa por uma série de mudanças, incluindo o encolhimento e redução na atividade celular, o que pode ter um impacto no desempenho cerebral. Antigamente, atividades como palavras-cruzadas eram utilizadas para manter o cérebro ativo e retardar os impactos do envelhecimento, hoje, navegar na net, também pode ser um remédio para o problema.

O estudo foi publicado na revista American Journal of Geriatric Psychiatry, onde comprovou-se que as pesquisas na rede envolvem uma complicada atividade cerebral, o que aumenta a atividade cerebral. Rebecca Wood, diretora-executiva da organização Alzheimer's Research Trust, afirma que essas descobertas fascinantes podem reduzir o risco de sofrer de demência ao praticar regularmente atividades cerebrais estimulantes. Uma interação social frequente, prática regular de exercícios e a manutenção de uma dieta balanceada também podem reduzir o risco de demência.

Todavia, nada de negar programas agradáveis ao lado de uma cerveja com os amigos ou um chimarrão com toda a família, para ficar olhando figurinhas na internet, com a desculpa de estar treinando o cérebro. Tempo demais na internet torna as pessoas superficiais, além de que lhes rouba a leveza, autenticidade e até contraditoriamente, as impedem de cultivar relações verdadeiras. Treinar a cabeça, mas não alienar o coração.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Mudança da Lua


“A lua era feliz. Imponente, brilhava no céu todas as noites. Em companhia das estrelas, abraçava os enamorados e os pensadores com seu esplendoroso brilho. A lua via, todos os dias, o sol nascer e anoitecer. Via de canto de olho a alegria de todos com a sua chegada: girassóis, crianças, flores e o mar. E de repente, a lua ficou triste, triste porque a lua queria ser o sol. Queria ser ela, quem esquentava os caminhantes pelas manhãs; queria ser ela que desabrochava as flores e desejaria ela acompanhar o movimento e os sons do dia e não o silêncio e a solidão da noite. E um dia a lua foi se aconselhar com o mar. O mar que por ora apresentava faces calmas, ora bravias e indomáveis, o velho e sábio mar. Para ele contou suas angústias, aflições e desejos. Ele, porém, refletiu sereno em suas águas o brilho da noite e lembrou à lua, todos os momentos maravilhosos que ela já viveu por ser ela mesma, sem desejar ser sol. Era só ela que tinha a companhia das estrelas, só ela ouvia as serenatas apaixonadas para as românticas donzelas e somente ela desfrutava das filosofias dos pensadores. Percebeu, que o sol era solitário, que não gostava do som das buzinas dos carros e nem da fumaça das fábricas, mas mesmo assim, o sol era feliz. E vendo as angústias e alegrias do sol, a lua entendeu o seu papel e viu que era feliz. Assim, diante da sapiência do mar, a lua desistiu de virar sol e passou a brilhar ainda mais plena e charmosa no céu, porque percebeu que não precisava ser sol para ser feliz, mas para isso, só precisava ser dela, com defeitos, mas sem máscaras e medos. Só precisava ser ela: a LUA”.

Engraçado que, conforme o balanço das ondas do mar e do mesmo modo pelo qual a lua quis virar sol, nós também por hora desejamos mudar. Torna-se difícil compreender, mas fácil perceber que ares marítimos atingem e mudam nossas vidas, onde alguns destes ventos sejam da vida profissional, pessoal ou sentimental nos atingem tão vertiginosamente que nos fazem perder a direção, nos levando a lugares obscuros dentro de nossas próprias mentes.

Ora calmo, ora tempestuoso, a forma com que o mar se apresenta mexe com nossos brios e pensamentos e nos deixam vulneráveis e sem rumo diante das tempestades e da calmaria. Situações assim afetam nosso modo de pensar, de agir e de ser, no entanto: navegar é preciso! Seja com os raios de sol ou com o brilho da lua. Seja por mares conhecidos, seja por mares nunca antes navegados.

Como desbravadores, ás vezes navegamos por águas que nos confundem e atormentam de tal forma que nos fazem perder o leme do barco, a direção da vida e nos fazem até esquecer de quem realmente somos. Sim, somos fortes e não podemos pestanejar diante dos desafios, mas muitas vezes na ânsia de querermos nos mostrar astutos e capazes, acabamos sendo quem não somos. Nestes momentos, nos lembramos dos grandes navegadores que desbravaram todos os mares do mundo e assim criamos um espelho diante deles que nos cegam e não nos fazem perceber nossas qualidades, particularidades, anseios, defeitos e medos. Não nos deixam ver que somos frágeis e imperfeitos e que se não nos aventurarmos como somos, não chegaremos a porto algum.

Assim é quando nos apaixonamos, seja por pessoas, por coisas e por lugares. Em um primeiro contato, tudo aquilo que nos parece novo, traz, tanto para nós, como para as pessoas, coisas e lugares que conhecemos, uma grande euforia e uma imensa satisfação de ter finalmente encontrado algo que nos faça bem. Entretanto, vemos todos estes sentimentos se perderem ao sabor do vento diante da uma gigantesca expectativa de ser o melhor, para as coisas, para os lugares e para as pessoas e esta banal e vã expectativa, muda atitudes, comportamentos e escondem a autenticidade e a verdade de cada um, aí esquecemos o quanto é bom ser lua e queremos virar sol.

Esquecemos também, o que cantou Humberto Gessinger que “você se apaixonou pelos meus erros”, e que assim como nos encantamos pelas coisas, lugares e pessoas, elas também se encantaram por nós do jeito que somos: cheios de manias, idiotices e rabugices. O que resta é não querermos parecer com o sol ou com a lua, nem querer demonstrar grande sabedoria sobre os segredos indesvendáveis do mar, basta somente, sermos, porque do jeito que somos, ”somos o que há de melhor e somos o que dá pra fazer”, sem precisar evitar, nem esconder.

Disse uma vez, sabiamente, Sigmund Freud: “Nós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons”. Cada um de nós possui a sua própria essência, cada qual tem a sua maneira de ver e de enfrentar a vida e tão logo, de forma alguma precisamos ser como foram os famosos piratas e capitães que cruzaram os sete mares, pois cada um venceu pelo que era, sem precisar refletir no espelho de sua jornada a imagem de ninguém, mas que, jamais deixaram de ser bravos e mesmo diante do balançar das águas do mar, pois souberam administrar suas fraquezas, mostrar pureza em suas relações e a simplicidade no aceitar as mudanças que lhe ocorreram.

“Não é o mais forte quem sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”, Darwin compreendeu que é importante aceitar e encarar as mudanças, todavia é necessário também compreender que muitas coisas não irão mudar, sejam estas coisas, os fatos ou as pessoas. Somos o que somos não por si só, mas pela existência de uma relação do eu com o você, com o nós, com o eles, onde tudo envolve emoções, sensações, percepções e traz muitas dessas mudanças, pois somos diariamente influenciados e influenciamos tudo o que nos rodeia.

Logo, por hora, apesar o mar bravio é preciso navegar e acreditar que muitas vezes, não precisa mudar, não precisa deixar de ser lua, pois tudo vai se adaptar ao seu jeito: se for real, se for verdadeiro. Mudanças vêm e acontecem, nos aperfeiçoam e nos colocam nos nossos devidos lugares, junto com as coisas que nos fazem feliz e perto das pessoas que nos fazem bem. E no final fica tudo bem: seja na cama pequena, seja em dia de sol, ou em noite de lua, seja no porto seguro; pois se tem o dom de iludir, cada um reconhece e sabe a dor e alegria de ser o que é e, principalmente ser feliz.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

“Diga ao povo que FICO!”


Impossível esquecer das aulas de história onde aprendemos sobre “heróico” ato de Dom Pedro I – O Imperador do Brasil, que resolveu atender os anseios do povo e ficar na antiga Terra de Santa Cruz, a fim de defender os interesses de “seu” povo. Deixando os mistérios e contradições da história brasileira de lado, Dom Pedro e seu “fico”, revelaram na época a vontade de uma massa que, unida, consolidou a permanência do Príncipe no Brasil.

Tal qual o ideal do povo em 1822, neste próximo final de semana, a vontade da grande massa ou de uma pequena maioria será defendida através do voto, nas eleições municipais. Em todo país, aparecerão caras novas e outras permanecerão para continuar um trabalho em defesa do “povo”. Para tanto, vimos nas propagandas eleitorais, ou mesmo em vinhetas políticas da grande mídia a inserção de conceitos como democracia e exercício da cidadania.

Curioso é que essas palavras que por hora nos parecem tão familiares, ao tentarmos descrevê-las, passamos por uma saia justa, onde nos faltam vocábulos para traduzir e entender a fundo seu significado. A palavra DEMOCRACIA vem do grego “demos” que significa povo, assim é fácil compreender que são ideais de um povo que estarão soberanos no poder legislativo e executivo.

De acordo com alguns de seus preceitos, ela pode também ser definida como uma forma de governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus representantes livremente eleitos. Assim como um conjunto de princípios e práticas que protegem a liberdade humana, o governo democrático tem por função proteger direitos humanos fundamentais como a liberdade de expressão e de religião; o direito a proteção legal igual e a oportunidade de organizar e participar plenamente na vida política, econômica e cultural da sociedade. Entretanto, diante de tantas definições é importante ressaltar que em uma democracia, o povo não possue somente direitos que precisam ser cobrados, mas tem o dever de participar do sistema político, onde as sociedades democráticas prevêem valores da tolerância, da cooperação e do compromisso.

No entanto, assim como direitos e deveres protegidos, a democracia também garante aos seus cidadãos a liberdade de discordar e de criticar o governo. Assim, aos cidadãos, competem a CIDADANIA, onde esta, segundo Dallari (1998), “expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo”.

Logo, é fácil de concluir que a cidadania em uma democracia exige participação, civismo e paciência, onde os cidadãos devem ser responsáveis por sua sociedade para poderem se beneficiar da proteção dos seus direitos. Lembro assim, de um ditado que diz que cada povo tem o governo que merece. Prontamente compreendida é, então, a questão de que em uma democracia bem sucedida, seus cidadãos são ativos, não passivos, pois sabem que o sucesso ou o fracasso do governo é responsabilidade sua e de mais ninguém. Será que sabem, mesmo? Entramos aí, no fato do: fácil falar e difícil fazer. Falar que o Brasil não presta, que a economia vai mal, que todos estão corrompidos pela ganância e o egoísmo é moleza. Eu gosto de reclamar, os senhores gostam, enfim todos gostam e quanto falo em reclamar, não falo só da política, mas da sociedade no geral: do pão da padaria, das tarifas bancárias, da associação dos moradores, do grupo de novena, de tudo.

Todavia, muitas pessoas tornam-se extremamente demagogas, pois se revelam nas críticas, mas na hora de fazer alguma coisa, preferem se abster, esconder a cara do tapa e fogem assim da responsabilidade de participar ativamente da vida e do governo do povo. Diante disso, na véspera das eleições são comuns, as gozações e debates contra os candidatos ao legislativo e ao executivo. Porque um não fez, porque aquele não vai fazer nada, etc e tal. Quero, no entanto, ressaltar que ao criticar candidatos, involuntariamente, os que o fazem estão se auto-criticando e injuriando. Porquê? Simplesmente, porque eles são muito melhores que nós, pelo mero fato de que se em uma democracia, o exercício da cidadania é escolher nossos representantes, é evidente que escolhemos o que há de melhor em nosso meio.

Hã? Aposto um dedo meu que muitos de vocês pensaram assim: - “Melhores do nosso meio? Nem por decreto!” – mas isso é a mais cruel e pura verdade. Alguns se acham muito bons e completamente melhores aos que concorrem ao pleito, e assim para estes, torna-se muito mais cômodo achar os defeitos, apontá-los, jogá-los no vento, criticar, caluniar e ficar de boa na lagoa. Talvez entender a ótica de um governante e sua missão de defender o interesse de um povo e não de um grupo, seja difícil, porque assim como existem direitos e deveres, devem existir também imparcialidades, compromisso e verdade no olhar no exercício de representar seu povo frente a um estofado banco do executivo ou legislativo municipal, pois alguns estão realmente preparados, já outros...

Parafraseando Denis Russo Burgierman, colunista da Revista Vida Simples: “no Brasil é muito difícil fazer coisas boas”. Porque será? É mais fácil fazer coisas fáceis, tais quais criticar a alta retórica e promessas dos candidatos, certamente que sim, onde, muitas vezes não se concorda com a forma da política que é exercida, com os métodos impostos pela sociedade, mas o que se vê não é um abraçar a causa e sim um grande e destacado: NADA, exceto pelas difamações

Teorizações à parte, cidadã e democraticamente, no próximo domingo, que os descontentes parem de somente reclamar e os satisfeitos comprometam-se ainda mais, pois é preciso selecionar os melhores do nosso meio, confiar em suas atitudes, sem esquecer que ninguém é perfeito e pelo menos eles aceitaram a condição de tentar defender os interesses de uma classe e concordam em continuar ou ingressar no desafio de dizer ao povo que ficam.