sexta-feira, 23 de julho de 2010

O segredo do Sucesso (de alguns)...


... e não venha dizer que é coisa da genética.


O que você mais deseja? Sucesso. Uma cena do filme “O último julgamento do Diabo”, me chamou muito a atenção, quando o personagem principal, o escritor Jabez Stone, desejou tanto o sucesso que chegou até a negociar sua alma imortal com “o coisa lá debaixo”.

A ambição e o desejo de vencer e ser bem sucedido na vida é desejo de qualquer um e costumeiramente ousamos dizer que aquela pessoa que sempre conquista o que quer e deseja nasceu com a bunda virada para a lua, na verdade não é bem assim, muito menos existem genes que predispõem o sucesso das pessoas, o segredo segundo os cientistas é o esforço em longo prazo.

Segundo uma reportagem publicada na SuperInteressante do mês Julho é difícil de aceitar mas todos nós nascemos com a mesma chance de brilhar, nem mesmo com os chamados gênios em determinada arte, nasceram com uma aptidão maior para a coisa que nós mesmos.

Estudos comprovam que o tal talento natural para a liderança ou a aptidão para os esportes ou a voz suave e entonada não tem nada a ver com nosso DNA, isso, segundo Anders Ericsson da Universidade da Flórida, que há cerca de 20 anos estuda porque algumas pessoas são mais bem sucedidas que as outras.

De certa forma, houve durante alguns anos o fetiche laboratorial de relacionar genes com traços de personalidade, como o 5-HTTLPR que em 2003 virou notícia por ser reconhecido como o gene da depressão, porém, no ano passado, este e outros estudos viraram as relações de ponta cabeça, com a desmistificação de alguns conceitos. O que se comprovou na verdade que o resultado do sucesso está em 99% de transpiração, ou seja, muito esforço.

Por muito tempo acreditou-se que a capacidade cerebral estava escondida nos neurônios, porém o que se vê hoje é que a massa branca que forma o cérebro e é formada por mielina e serve como isolante para impulsos elétricos tem relação com o assunto. Percebia-se que a mielina era distribuída de forma desigual pelo cérebro, mas não se sabia por quê. O fato é que essa distribuição desigual deixa os impulsos mais precisos, o que coordena melhor nossos movimentos e pensamentos. Logo, quanto mais você pratica algo, mais precisos tornam-se seus impulsos, assim quando a mielina se deposita mais, os sinais entre as sinapses (mensagens entre os neurônios) ficam mais eficientes. Assim, a mielinização leva a perfeição.

Outro fato que se acresce ao sucesso e a perfeição neste nível cerebral são os erros, segundo George Bartzokis, também da Universidade da Califórnia, errar muito torna a mielinização mais eficiente ainda. Anders acrescenta que quando você erra se esforça o dobro para corrigir o erro e se você repetir sempre o que já sabe não há evolução, logo, o ideal é falhar e tentar sempre algo novo e mais difícil.
Contudo há de se acrescer que o auge da mielinização ocorre na infância e até os 30 anos ela continua alta, aos 50 ela é ajustada e após isso as perdas são maiores que os ganhos, logo se você gostaria de ser o novo Mozart da música ou Iniesta do futebol espanhol e nunca tocou piano ou jogou futebol: desista, o que pode acontecer para quem já tem certa idade é aprimorar o que se tem, pois o treino é a chave do sucesso.

Quem, por exemplo, passa 10 mil horas da vida dedicando-se a uma tarefa, tem auto-controle e maiores chances de obter sucesso, exemplos bons são o do Mozart e nosso Ronaldo Fenômeno. Mozart compôs suas primeiras peças com três anos de idade, mas as boas mesmo, segundo os estudiosos de música só apareceram aos seus 21 anos de idade, ou seja, treino e motivação. Já o Ronaldo só jogava futebol desde criança o que levou a “profissionalização” do que fazia.

É senhores, não adianta reclamar, nem tentar vender a alma para o coisa ruim, pois o escritor Stone se arrependeu e resolveu escrever mais para melhorar, é, o negócio como dizia Einstein é o tal do treinar e tentar, pois sucesso e genialidade, são 10 por cento de inspiração e 90 por cento de transpiração. Bons treinos e sucesso.


Pollyanna Gracy Wronski é Bióloga Licenciada, Professora, Acadêmica de Ciências Contábeis e está treinando.