sábado, 13 de junho de 2009

Dia dos Namorados

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Pois bem, mas bem ou mal é preciso comentar. Porque tudo está vermelho e não é de raiva. É, ontem, os casaizinhos apaixonados comemoraram o Dia dos Namorados. Muitos com toda a pompa e circunstância, com direito a serenata ao pé da janela, ramalhete de flores, caixa de bombons, cartões apaixonados e jantar romântico regado a vinho e luz de velas. Outros foram mais singelos, lembraram, presentearam e não deixaram de declarar seu afeto.


E sem demagogia, aos que esperavam, não vou destilar meu ineficaz veneno sobre esta data, afirmando as vantagens de estar sozinho e tale coisa. Muito menos vou lamentar por passar mais um Dia dos Namorados, sem namorado, pois são coisas da vida, enfim. Assim, os demais solteiros de plantão, como eu, que não me venham com aquele papinho tosco de que Dia dos Namorados é uma besteira, porque só se gasta dinheiro e é um só, enquanto quem é solteiro comemora todos os dias.



Mesmo de bem com a vida, e felizes, e alegres e sorridentes, a verdade é que todos os solteiros (e solteiras pior ainda) morrem de inveja de todas as declarações que os amigos e amigas mandam e recebem nesse dia. Por mais que uns tentem camuflar ou esconder, falando no consumismo da data e que o amor se perdeu e é tudo um jogo de mentiras e interesses, a gente se MORDE de inveja nesse dia, podem confessar.


Tudo bem, que a gente também fica com dó de muitos que recebem as tais declarações e corações neste dia e um belo par de chifres em todos os outros e, nessas horas, dá graças a deus de comer a truffa e tomar o vinho junto com as amigas. Entretanto, é inato do ser humano, quer ser querido, acreditar no amor e sonhar em viver “aquele” dia de conto de fadas.



Por mais que a gente adore uma festa com amigos, uma balada só com as velhas amigas, risadas sem compromisso nas sextas e sábados à noite com os colegas da faculdade e do trabalho; o fato é que por traz daquela camada a mais de rímel e da espirradinha a mais de perfume, vem escondido o desejo de encontrar e/ou conquistar alguém especial.



E engraçado, que essa busca por compromisso, meio sem compromisso, tende a piorar quando chega o dia dos namorados e o frio. Estava lendo uma crônica da escritora Tati Bernardi que dizia assim: “Em alguns momentos da vida, mais comumente quando começa o inverno, repensamos nossos “descartes” (não o pensador) pelo mundo afora. É a época em que cai a ficha, finalmente, de que o tal moço incrível que vai te dar segurança, filhos, amor incondicional, cultura geral mas com profundidade e quinze orgasmos por semana pode não existir. Aí você pensa: poxa, mas tinha aquele lá, ele não era tão ruim, era? Acabou por quê?”



Solitários, sem cobertores de orelha, admitimos, talvez, que fomos (e somos) um pouco exigentes demais e para tanto, estamos passando frio e vontade. Por momentos, por egoísmo e auto-suficiência perdemos pessoas que poderiam fazer a diferença em nossas vidas, aí amargamos os erros e não adianta chorar.


Às vezes eu ouso a teorizar que o amor mesmo, daquele dos tempos dos nossos avós e pais, não exista mais, em virtude da existência de tanta mentira, traição e falta de paciência das pessoas. E isso faz com que não exista mais respeito entre as pessoas e nem relacionamentos duradouros. Por que? Porque todo mundo quer achar alguém perfeito, mas estamos carecas de saber que ninguém perfeito. Percebo que isso para muitas pessoas pode ser uma fuga para não se entregar de vez nas rédeas da paixão e confirmar a teoria de que eu sou suficiente e o bom mesmo é viver sozinho.



Porém, estamos mais carecas ainda de saber que para quem quer viver junto, é preciso aprender a conviver com os defeitos e erros e perdões, e conceber a ideia de encontrar alguém que se molde a você e você a ele e, assim, desse jeito viver aquele melado romance mexicano com direito a quatrocentos e-mail´s por dia, com letras de músicas apaixonadas, tremor de frio nas mãos e olhar apaixonado para lua.

Sob essa ótica eu volto a acreditar que o amor exista e que o Dia dos Namorados por ser um dia de sentimento verdadeiro, pois percebo que ainda existem pessoas que conseguem, em meio a essa busca pela perfeição, conviver harmônica e amorosamente seus dias.



E com a idade chegando e em meio a tantos aprendizados, ouso a falar que eu posso ser uma dessas pessoas e se tiver chance e ano que vem né, comemorar o 12 de Junho! Porque esse já passou e eu de porta aberta e bem feliz, amarguei sim, alguns erros, fiz parte da campanha chupe o dedo nos Dia dos Namorados, tomei vinho com alguns amigos e invejei todos os ramalhetes de rosas vermelhas que desfilaram por aí.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

...



Exausta, ela chegou em casa e tentou conversar com portas e janelas, sobre idas e vindas, sobre amores e desilusões. Não obtendo respostas, tentou encontrar achar a solução para a pergunta sem resposta no calor de um banho quente. A água fervendo escorria seu corpo banhava-lhe os cabelos e em choque com o corpo gelado buscava a troca de temperatura, a fim de lhe esquentar a alma.
Beijava-lhe os lábios, acariciava o pescoço e suave escorria pelas curvas de seu corpo, a sensação do quente da água, agasalhava-lhe e protegia-lhe contra tudo o que lhe amedrontava naquele momento: o frio, a solidão, a dúvida. Para distrair os pensamentos ousou com o corpo coberto de espumas, ligar o rádio e um arrepio correu o corpo ao ouvir o som de uma segunda chance não pedida, de promessas não cumpridas e de cometer o mesmo erro outra vez, há dias que aquela canção não saia de sua cabeça. Acreditava em sexto sentido e por um momento acreditou se um sinal de bons presságios, mas a realidade era dura e não permitia devaneios românticos.
Talvez, por ser sempre tão a realidade tão dura com ela, que naquela noite ela desejou ficar ali, na sua cama, deitada sem que nada nem ninguém a aguardasse, só seus fiéis conselheiros corações de pelúcia. Por alguns minutos, permaneceu ali inerte ao mundo, porém sentiu que todo aquele sentimento não poderia ser guardado, mas transmitido de alguma forma.
Sem lembrar do cansaço do dia de trabalho, arrumou-se como quem vai a uma festa, queria estar bem, mesmo para passar uma noite em frente ao computador, pois seus escritos mereciam requinte e luxo. Encheu uma taça de vinho e pos um salto. Ligou o computador, sem medo de briefing errados ou brancos, deixou a alma e seus sentimentos conduzirem suas mãos.
Por hora, degustava o sabor marcante do vinho tinto e pela fresta da janela observava a lua e as estrelas. Conseguia ainda, ver a movimentação da rua: o andar dos solitários e dos amantes perambulando pelas ruas da cidade, tudo aquilo lhe servia de inspiração e lhe atiçava o pensamento. As palavras fluíam, o enredo da história completava-se, a cena emocionava, mas de repente, num súbito, a idéia fora interrompida e o frio correu pelo seu corpo.
Pela fresta da janela, ela reconheceu o carro. Aquilo lhe inquietou a alma e acelerou o coração. Não podia ser verdade. Em uma maré de desejos, pediu que se afastasse dali, ao mesmo tempo que implorava para descer e pedir pra ficar. As luzes e o som se afastaram, sentiu alivio e tristeza, com tudo o que acontecera, ela ainda não entendia tudo o que se passava em seu coração, não compreendia qual era a dimensão e o valor do que lhe apertava o peito. Tentava, mas ainda não conseguia entender.
Respirou fundo e voltou-se para a tela do computador, que inundou seu pensamento em cinza: na conversa on-line nada nem ninguém prendia a sua atenção, nem as músicas soavam em tom de motivar-lhe novamente, as palavras sumiram. Fitou a taça de vinho, balançou o liquido com fragrância inconfundível e bebeu novamente, fechou os olhos e percebeu uma luzes, em ritmo desesperante lançou o olhar pela janela e um arrepio correu seu corpo. Um toque no celular. Aconteceu.
Queria, não podia fugir. Ele estava ali, parado, encostado no carro, em frente a sua janela. Os olhares ultrapassaram a cortina que balançava com o vento e o celular continuava a tocar.
- Que você ta fazendo aqui?
- A gente precisa conversar, vem cá.
Ela desligou, não podia, mas decidiu ir, pois como compreender o ouvir da música preferida, a vontade de se por linda e as demais desventuras do acaso, que por muito tempo a estava apunhalando só com coisas tristes e agora parecia lhe sorrir verdadeiramente. Uma olhada no espelho, um olhar decisivo e um esvoaçar de cabelo e partiu.
Ao aproximar-se sentiu que o rosto corou e que as mãos suadas começaram a tremer ao mesmo tempo em que o coração disparou. Com o olhar firme e seguro, não saiba do que, ela sentiu a fragrância do seu cheiro no ar, queria guardar aquilo em um potinho, para quando quisesse sempre lembrar da paz que aquele perfume lhe trazia.
Houve um abraço, sim, aqueles abraços que só eles sabiam dar um ao outro, porque sentiam, que ao menos no abraço, se completavam. Os rostos se afastaram e ele pegou suas mãos e a encostou no carro. Num sussurro ela tentou esboçar alguma reação, mas foi impedida pelos dedos que calaram seus lábios e depois o desenharam: lábio inferior e superior, como quem passa batom com os dedos, conversas entre eles eram os melhores momentos, mas sempre atrapalhavam, porque indagavam e questionavam e queriam saber porquês. Tolos, os dois ainda não haviam aprendido, que existem coisas que não admitem porquês, simplesmente acontecem, porque tem que acontecer.
Ela fechou os olhos, enquanto os lábios de desgrudaram. Perto da orelha sentiu seu perfume, que na sua pele era um convite à perdição. Um suspiro se ouviu, não adiantava tentar relutar, ele sabia exatamente o que ela queria e não podia negar, palavras naquele momento seriam só palavras e totalmente desnecessárias.
A puxou e colocou as mãos em sua cintura, enrolou as suas nos sedosos cabelos e a beijou. O desejo transpirava em seus poros, naquele momento, todas as angústias, pensamentos, discussões, dúvidas deram lugar a verdade do momento. E era real. Em um momento de descanso em busca de fôlego, olhou no fundo dos seus olhos e lembrou de todas as vezes que ela tinha lhe dito sobre o brilho do luar e das estrelas, os quais ele via em seus olhos.
Ficaram ali, por alguns minutos. Não se importavam com quem passava, gritava ou buzinava, o que sentiam um pelo outro era mais forte e importante do que qualquer outra coisa que estava acontecendo no mundo, neste momento, só o que importava para ele era ela e só o que importava para ela era ele.
Num gesto de ternura e carinho ele beijou sua mão, ela que apaixonada era por suas mãos e que sugestionou para saírem dali. Ele surpreso, perguntou para onde iriam, ela sem pestanejar respondeu:
- Com você? Pra qualquer lugar.
Ao tocar a música no carro que falava de não fechar portas, ouviu-se o som do celular com o mesmo toque de despertar da música. Ela acordou e mais uma vez, tudo não passou de um belo sonho, traduzido em singelas linhas. O sentimento vivido e o que sentia ela ainda não conseguia entender se flutuava de amor e ódio, mas naquela hora, queria poder voltar no sonho e viver tudo de novo, nem que fosse, só em sonho.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Mudança Geral


Porque nem sempre o Planejamento Estratégico é eficaz.

Na sexta-feira passada, dia 05 de Junho foi lembrado tanto localmente, como nacionalmente e internacionalmente o Dia Mundial do Meio Ambiente e junto com ele todas as preocupações com o futuro do planeta.


É como eu sempre digo, lembrar do Meio Ambiente no seu dia é fácil e pode até parecer bonitinho e importante, porém o que verificamos que no nosso cotidiano essa preocupação não existe e isso é indignante frente a todo os problemas ambientais e alterações climáticas que viemos enfrentando.


O Programa Fantástico tentando alertar seus telespectadores a como “serem ecologicamente corretos”, lançou nas últimas semanas o quadro “Mudança Geral”, que teve seu último episódio domingo passado. A proposta do quadro foi avaliar uma família brasileira e através de dicas e mudanças de hábito, mudar sua rotina, tornando-a preocupada com o seu bem estar e bem estar do meio na qual vive.


A Família Meneghini foi a cobaia e a mudança mesmo foi geral. Primeiramente, a família foi avaliada quando à gastos de energia, ações de reciclagem, uso de celulares, armazenamento de alimentos na geladeira, desperdício destes alimentos e consumo consciente.


Após conversas com profissionais nas diversas áreas analisadas, a mudança de postura da família foi gradativa gerando uma série de resultados positivos. O passeio foi desde a diminuição no consumo de refrigerante, de pizzas no café da manhã, das frituras que aumentam o colesterol ruim, dos açucares, do peso na balança até o risco de diabetes e doença cardiovascular com a incorporação da pratica de exercícios físicos periódicos.


O consumo de energia também diminuiu, não existe mais dentro do Clã Meneghini banho de 20 minutos, além da diminuição considerável de energia com o uso do secador, na troca da geladeira e no consumo de água com sua racionalização. Trocando em miúdos, quer dizer, convertendo a mudança de postura para valores em reais na poupança, esta abarcaria um valor de R$ 1 200,00, assim a mudança de hábito para a Família Meneghini valeu a pena.


Logo, a passagem do Dia do Meio Ambiente e o exemplo dos Meneghini, fazem perceber que mudar hábitos valem a pena e isso fica ainda mais latente em tempos de Junho, quando percebemos que seis meses do ano já se passaram e tomamos uma postura avaliativa quanto ao andar deste meio ano que já passou.


É senhores... Quais foram as vossas promessas para o 2009? Economizar energia? Reciclar o lixo? Mudar alguns hábitos alimentares? Guardar um dinheirinho? Ser mais cordial com o vizinho ao lado? Não guardar aquelas mágoas e rancores no coração? E quais foram a que vocês colocaram em prática?


Movida pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, pela mudança de hábito da Família Fantástica e por alguns sentimentos de perda, voltei meu olhar para meus desejos, anseios e promessas para o meu 2009 e confesso-vos, em muitos pontos eu senti vergonha de muitas posturas e atitudes tomadas por mim neste meio ano que se passou.


É comum ao findar de cada ano elaborarmos um “Planejamento Estratégico” de nossa vida profissional, sentimental e até social para o ano que se inicia. A visão que iremos adotar, a missão que incorporaremos, nossas metas e objetivos, tudo delineado, onde nós, administradores de nossa empresa “Vida”, sabemos tudo que pretenderemos fazer e colher.


Mas, porém, contudo, todavia e, entretanto, esquecemos dentro desta inflexibilidade fornecida por uma autoridade única, conferida a nós por nós mesmos, que podemos ser atingidos por diversos desafios organizacionais que as empresas comumente sentem e, muitas vezes não elaboramos um plano contingencial para saná-las.


Pior. De tão fixados na ideia do sucesso e de seguir o planejamento estratégico por nós tão brilhantemente elaborado e incorporado, esquecemos que não somos empresas, máquinas e muito menos seres perfeitos. Assim, ao fazer esta parada, para ver como andam as coisas, percebemos que covardemente nos distanciamos de tudo que traçamos e que muitas vezes adotamos posturas condenadas por nós mesmos, onde estas muitas vezes nos fizeram magoar e nos distanciar de coisas, de objetivos e de pessoas queridas e que nos fazem bem.


Aí, senhores, uma avaliação do Planejamento Estratégico é imprescindível para vermos em qual setor e departamento estamos falhando a fim de retomar as rédeas e se chegar ao objetivo final: MUDANÇA GERAL!


Perceber e reconhecer que somos inutilmente incapazes de realizar muitas coisas e voltar atrás a fim de não perder mais tempo, cabelos e afetos. E o mais importante, não lembrar de avaliar nossas metas, quando percebemos que erramos, ou que perdemos alguma coisa, ou que lembramos uma data importante, mas fazer a avaliação e ter a preocupação diariamente, pois é melhor prevenir do que remediar: seja com o Meio Ambiente, seja no gasto de energia, seja na empresa, seja na vida, seja com aqueles que amamos.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

CUIDADO: Gastrite.


Em Junho de 2009


Porque o estresse também pode causá-la.

- Tá estressada?
- Não, é a minha gastriiiiite!


E pior que não é mentira. A vida agitada, a correria, as cobranças, os compromissos e as preocupações, são também causa do aparecimento e do agravamento dessa doença que afeta a saúde do sistema digestório.
No momento em que nós tentamos trabalhar com o cérebro para encontrar soluções para todos os enigmas e problemas que nos atingem diariamente, nosso estômago queima e não só culpa do consumo excessivo de café é sim, um sinal de que a gastrite se instalou em nossas vidas.
A querida gastrite nada mais é do que uma inflamação aguda ou crônica da mucosa que reveste as paredes internas do estômago. Ela pode ser aguda ou crônica e provocada por diferentes fatores, dentre eles a instalação da bactéria Helicobacter pylorii, o uso prolongado de ácido acetilsalisílico e de antiinflamatórios; o consumo de bebidas alcoólicas, além da gastrite auto-imune, quando o sistema imune produz anticorpos que agridem o próprio organismo e, é claro pode estar relacionada a fatores nervosos e psicossomáticos, como resultado de um ritmo de vida estressante e desequilibrado.
É comum detectar os sintomas da doença quando esta se encontra em uma fase aguda ou crônica, porém é bom ressaltar que ela pode não apresentar sintoma algum. Em sua fase aguda, os sintomas mais comuns são a dor ou desconforto na região superior do abdômen, náuseas e vômitos, geralmente acompanhando o desconforto; a saciedade precoce, ou seja, sensação de empachamento logo após a alimentação, o que pode conduzir à redução e à perda de apetite e ainda em um estágio mais avançado, à formação de úlceras gástricas hemorrágicas, podendo ocorrer eliminação de sangue nas fezes ou nos vômitos.
Tratar a gastrite, além de manter a calma, é preciso fazer uma análise criteriosa dos sintomas, pois há casos em que há apenas queimação, assim, basta o consumo de medicamentos que diminuem a acidez gástrica. Todavia, quando as náuseas são freqüentes, a prescrição é diferente. O que vai ser imprescindível é a transformação nos hábitos alimentares, que auxiliarão no tratamento e cura do mal. Devem ser evitados alimentos gordurosos e frituras em geral, frutas ácidas, secas e oleaginosas, temperos, doces concentrados, feijão e outras leguminosas, pepino, tomate, couve, couve-flor, brócolis, repolho, pimentão, nabo, rabanete, café, chá preto, mate e chocolate, lingüiça, salsicha, patês, mortadela, presunto, bacon, carne de porco, carnes gordas, alimentos enlatados e em conserva.
Prescrições como comer em pequenas quantidades várias vezes ao dia, evitar ficar em jejum por mais de 3 horas; comer com calma, mastigando bem os alimentos, para facilitar a digestão; evitar a ingestão de líquidos durante as refeições e evitar deitar após as refeições, fazendo assim com que a comida seja digerida no tempo certo devem ser tomadas, a fim de diminuir o problema.
Entretanto, se você, por sorte ainda não sofre com o estresse da gastrite ou com a gastrite do estresse, convém prevenir antes de remediar e para isso uma alimentação regrada é fundamental. Evitando as já mencionadas frituras, condimentos fortes e picantes, além das bebidas alcoólicas e do cigarro que contém substancias tóxicas que causam inflamação da mucosa. O comer rapidamente também é prejudicial, pois a falta de mastigação dificulta o trabalho digestivo.
E se a raiz da sua gastrite é mesmo o estresse, procure dormir de sete a oito horas diárias; praticar atividades físicas regularmente; dedicar-se à sua vida emocional, família e amigo; falar sobre seus problemas com alguém; desenvolver seu senso de humor; ouvir música calma ou para relaxar e ser compreensível consigo mesmo, pois errar é humano e se preocupar além causar gastrite: cria rugas e envelhece!



Pollyanna Gracy Wronski é Bióloga, Professora, Acadêmica de Ciências Contábeis quando a gastrite aperta caminha ao ar livre escutando música para relaxar.

A Dor de Amar


Publicada no Caderno Literário de Porto Alegre

Em Abril de 2009

Sonhava todo dia com o amor
Almejava seus segredos conhecer
O esperava com intenso furor
Em alguns olhos seu brilho perceber

Sonhava em plena luz do dia
Debaixo da luz do luar
Idealizando o momento em que poderia
Nos braços do amor se lançar

Tamanha insegurança sentia
Quando deixava-se do amor aproximar
Agoniado do amor, fugia
Com grande medo de se machucar

Assim, em dia cinzento
Tomado de rancor e desilusão
Desistido do amor em um momento
Sem querer descobriu a paixão

Forte e pleno, tal sentimento
Aos olhos vez o mundo colorir
Maravilhoso foi dividir cada momento
Foi exatamente o que imaginava sentir

Do amor não quis fugir
Somente deixou-se levar
Deixou aquela historia florir
Que muito veio a lhe ensinar


Porém, um poeta uma vez falou
O amor tem diferentes medidas
Diferenças que o coração apertou
E trouxe profundas feridas


Um coração triste e perdido
Desejoso do amor encontrar
Viu-se desolado e perdido
Com inúmeras dúvidas a calar

Hoje o coração sofre sozinho
E guardou o amor em seu olhar
Prefere seguir seu caminho
Até as feridas cicatrizar

Quem sabe se o amor
Virá de novo lhe acariciar
Se permitir, trazer um novo calor
Isso só o tempo poderá falar

Eu amo queijo

Em Maio de 2009


Esse é, se não o pior, mas com certeza um dos mais desgastantes relacionamentos de minha vida: eu e o queijo. Na verdade, eu e o queijo, o leite, o iogurte, o leite condensado, tudo aquilo que tenha lactose. Como boa descendente de raças européias, aprecio as maravilhas da boa culinária e isso inclui os doces e nessa levada a lactose, o motivo de meu desespero. Há alguns meses, descobri uma leve intolerância a substância que fez com que eliminasse (teoricamente), o consumo de alimentos que contenham essa minha inimiga.
O fato é que, mesmo sabendo dos seus males em minha vida, de seus efeitos colaterais em meu cotidiano, (isso inclui os traumas psicológicos), às vezes eu caio na tentação, me saboto e lá se vai um copo de iogurte com granola, ou um pedaço de queijo no sanduíche natural, ou um exagerado pedaço de pizza de chocolate branco. Aí sim, além do que saco, além dos efeitos fisiológicos, vem os psicológicos e a culpa, de cometer o mesmo erro de sempre.
O consultor de empresas Eduardo Farah, cita em suas palestras o exemplo do jogador Zinedine Zidane, na memorável final França e Itália, na Copa do Mundo de 2006. Tudo estava ao seu favor, a mídia em consagrá-lo melhor do mundo e a conta bancária em abarcar os milhões em contratos publicitários. Mas ele, num minuto de bobeira, como costumo chamar, “chifrou” o italiano Marco Materazzi, depois de uma discussão envolvendo mãe e irmã dentro do campo. Hã? Final de jogo e de carreira para Zidane.
Tá, e quantos de nós não levamos dentro do peito e do coração o espírito do Zidane? Ouso falar que todos o temos escondidinho (outros nem tão escondido assim), dentro da gente, mas na maioria das vezes não sabemos lidar com eles. Logo, quando nos deparamos com um pedaço de queijo, de uma ofensa, de um mal entendido, de alguém que lhe faz tremer as pernas, esquecemos de tudo o que nos causaram, do que podem nos causar ainda, dos efeitos em nossas vidas e da dor que é cair de costas no chão e não mais do que rapidamente acabamos caindo no ciclo vicioso da auto-sabotagem e, de novo, estamos de costas e com mais dor.
O pior é que isso não acontece só com o queijo que eu adoro, mas a auto-sabotagem alcança os patamares da vida profissional, onde nela espera-se que as pessoas tenham sempre sucesso e realizem bem concretamente os objetivos a que se propõem. Procuramos o êxito, mas muitas vezes encontramos o fracasso e esse pode não ter uma causa explicável, mas pode ser explicado na auto-sabotagem, pois muitas vezes não sabemos o que o motivou a se comportar daquela maneira. Mas podemos tentar identificar em nós mesmos o que nos empurra nessa direção. Farah acrescenta que: “é fundamental saber que temos um time interno que joga contra. Não temos só de nos preocupar com os rivais externos, mas principalmente com esse time interno solapador que todos carregamos em algumas áreas da vida.”
E como esse pessoal temos que ser rígidos e dar-lhes do próprio remédio. É inato da nossa personalidade sermos repetitivos, metade da nossa vida – ou mesmo a vida inteira – tentamos confirmar e concretizar as crenças que adquirimos quando crianças, sobretudo no relacionamento com o pai ou a mãe. Isso é negativo, quando nos impede de mudar, de inovar, de dar assas a imaginação e experimentar o novo, sem medo.
Porém, tem horas que nada segura. É medo, é raiva, é revolta e estamos lá, comendo queijo, dando cabeçada em italiano, discutindo com o colega de trabalho, dando trela pro desalmado que nos fez sofrer: vem a sabotagem e vai o boi com a corda e o trem se descarrila. Saímos dos trilhos que traçamos e que traçaram para nós, se vemos em meio a uma confusão e o conflito interno se dilata.
É conveniente ressaltar, todavia que nem sempre esse sair dos trilhos pode ser ruim, de tanto apanhar um dia a gente aprende e esta pode ser positiva e pode nos alertar para algo que simplesmente não vai bem. Coisas de nosso inconsciente que querem nos alertar que algo não vai bem e refletem suas razões em nossas ações também inconscientes.
Muitas vezes, o medo de ser feliz é a raiz da auto-sabotagem. Freud trouxe em 1916, “Os que fracassam ao triunfar”, artigo que descrevia sobre pessoas que sofrem e morrem de medo quando a existência traz satisfação e que ficam felizes da vida quando ela não dá certo. Por razões complicadas, essas pessoas podem ter nas mãos todas as condições para aproveitar a vida ao máximo, mas elas talvez prefirem não fazê-lo. Aí, se sabotam como desculpa de enfrentar a felicidade, que quisá nunca aproveitaram, por não saber lidar com ela. De novo, a mudança e o experimentar.
O auto-conhecimento e o auto questionamento podem nos conduzir a resposta de muitas perguntas, pois, buscaremos detectar culpas, medos, raivas ou até poderemos nos lembrar dos registros negativos de infância, onde a auto-sabotagem é uma espécie de fuga de alguma angústia, medo ou desculpa.
Talvez, lá no fundo os “Zidaninhos”, estejam escondendo no se enfiar no queijo, um medo de se apaixonar pelo leite de soja e o tofu, ou talvez seja mesmo só um outro medo de enfrentá-los e ver que eles não nos fazem mal, só estamos assustados com eles e não conseguimos desfrutar seu sabor sem considerar que ele pode nos fazer mal. Convém, não dar cabeçadas e sim, analisar e perceber se o amor que sente lhe faz bem ou lhe faz mal e assim, amarrá-lo de vez ou largá-lo para sempre, ambos, sem culpa e sem sabotagem.


Pollyanna Gracy Wronski é Bióloga, Professora, Acadêmica de Ciências Contábeis se assume como “sabotadora” e pretende acertar seu relacionamento não só com o queijo, mas os demais que lhe afligem.