sábado, 9 de fevereiro de 2013

... coisas do meu tempo!


Há tempos que procurava ansiosamente por um box que contivesse todas as temporadas do seriado americano Friends, que foi exibido de 1994 a 2004 e que ainda hoje é recorde de audiência em canais de Tv por assinatura. Em um desses achados da internet, fui avisada de uma promoção e matei meu ávido desejo de compra pela coletânea.

Confesso que desde a decepção da visita aos estúdios da Tv Globo para a gravação do Programa do Jô e com a exceção de filmes locados e de jogos de futebol (menos Seleção Brasileira), não sou fã de nenhum programa de televisão e dificilmente pegam-me em frente a tv.

Entretanto, Friends fixa-me minha atenção e não é nada recente. Falando em preferências, em conversa em sala de professores, vejam só, colegas de profissão relatavam sobre a preferência de séries de tv, em sua maioria as séries “mais das antigas” e posteriormente ainda em outra ocasião falávamos de música e livros. Engraçado que, em meio a uma dessas conversas e trocas de músicas e filmes de um computador para outro, ouvi essa: “Sei que tu gosta de rock nacional, mais antigo, coisas do teu tempo.” Naquela hora, aquela frase pareceu não ter muito sentido e eu ri, fiz a tradicional piada: - “Ah, eu nem sou tão velha assim!” - mesmo porque o bom e velho rock nacional para mim é sempre atual), mas depois, em uma conjunção de acontecimentos, refleti a situação.

Normalmente, nos identificamos com pessoas, livros, músicas, filmes que vem ao encontro de nossos valores e da forma que fomos criados. Todavia, os tempos mudam, mas nem sempre os gostos mudam. Fato que, a cada década que passa nos deparamos com novidades em todos os setores de nossas vidas (inclusive, novidades nos relacionamentos) e muitas vezes não nos sentimos cômodos para adotar essas novidades em nosso cotidiano.

Em sala de aula, trabalhando o contexto de Revolução Industrial, trouxe aos alunos do filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin e ao anunciá-lo, fui criticada por 70% dos alunos da sala. Retruquei os alunos dizendo que apesar do filme ser mais velhinho, além de informativo, o filme era engraçadíssimo! Não deu outra, mesmo aqueles que já haviam visto o filme caíram na risada com as sequências suaves de Chaplin.

Coisas do meu tempo, sim, coisas do meu tempo, que adoro. Chaplin, Friends (Chandler, especificamente), Kid Abelha, Pequeno Príncipe, Engenheiros do Hawaii, Chaves, O Mundo de Sofia. Abraços, mãos, ouvidos. Proximidade sem intenções risadas, ternura, perdão, amizade, afeto.

Os tempos mudam e certas coisas são rotuladas como do nosso tempo e quem bom que assim são chamadas, porque ficam cada vez mais minhas e mais particulares, como meu mundo. Tudo bem que surgem as tais novidades, todavia se não sentimo-nos favoráveis a elas, tudo bem! De certas coisas, nem precisamos!

Passei grande parte de minhas férias, rindo com Chandler, Mônica, Ross, Rachel, Joey e Phoebe. Rindo das mesmas histórias, das mesma amizade, dos mesmos encontros e desencontros, dos antigos. Coisas das antigas, coisas do meu tempo.

 

Pollyanna Gracy Wronski é das antigas e Chandler é seu “friend” favorito.