terça-feira, 25 de maio de 2010

É verdade ou mentira?



... problema é de quem ou não acredita.


Quem é que não cresceu ouvindo a seguinte das mamães: - quem mente cresce o nariz? Ou ainda, mentir é pecado? E as pobres crianças, já nessa época sentiam-se intimidadas a sempre falar a verdade, inclusive eu. Não! Não, me interpretem mal, eu não acho que tal postura das mães, quanto à cobrança a falar a verdade seja errônea, acho de total bom grado, porém, quando essas pequenas e indefesas crianças crescem, o medo de crescer o nariz é perdido e as mentiras aumentam.

- Nem vem que não fui eu! O pior que a mentira é a convicção diante dela e o sentimento de culpa, que pode atormentar e entregar a profere. Porém, em algumas pessoas parece que o tal sentimento de culpa é ausente nos homens e, além disso, sua propensão a mentir é maior. Estava alegre e sorridente cantando um trechinho de Skank: “... mentira se eu disser que não penso mais em você”, quando, me deparei com uma pesquisa encomendada pelo Science Museum, (Museu da Ciência), para a inauguração de galeria “Who Am I”? (em tradução livre, "quem sou eu?"), dedicada às ciências do cérebro, genética e comportamento, em Londres.

O estudo analisou depoimentos de três mil britânicos e verificou que cada homem britânico mente em média três vezes por dia, o que equivale a 1.092 mentiras por ano. Já as mulheres, bem mais honestas, mentiriam em média duas vezes por dia, ou 728 vezes por ano. Além de tudo, o britânico tem tendência a contar mais mentiras para sua mãe, sendo que um quarto dos homens admitiu já ter mentido pra ela e nas mulheres o número baixa para um quinto delas.

Adepta da verdade, não é difícil perceber que a mentira é evidente em todos os ambientes em que estamos inseridos e condenando a mentira o que mais me intrigou foi o resultado que mostrou que mentir para as parceiras é menos comum entre os homens britânicos, apenas 10% deles admitiram que mentem para elas, (crise de risos), tá na cara que nessa eles mentiram. “Eu ainda estou no trabalho, estou preso no trânsito, o celular estava fora de área, você está linda e eu fiquei em casa ontem”, são algumas das que eles proferem à suas queridas no intuito de iludir seus olhos e seus corações.

Outra constatação do estudo em favor das mulheres: elas mentem menos, tem mais propensão a sentir culpa após dizer uma mentira: 82% delas disseram que a mentira pesa em sua consciência, em contraste com 70% dos homens, o que as faz contar a verdade pouquinho depois.

Sem querer criticar os homens de uma forma geral, pois as mulheres mentem também e algumas até demais, mas outro levantamento da pesquisa foi: existe uma mentira aceitável? Para minha loucura, 82% do total de participantes, ou seja, homens e mulheres acham que sim, onde a raiz da mentira pode ter uma função aceitável.

Discordo em gênero número e grau e ainda parafraseio Martinho Lutero: “a mentira é como a bola de neve; quanto mais rola, tanto mais aumenta" e atormenta ainda.
Para tanto, percorri alguns momentos históricos e me deparei com filósofos que também, assim como eu, condenam a mentira, um deles foi Confúcio (551 – 479 a.C.) que recomendava que se apelasse para esse antiqüíssimo recurso apenas quando a verdade prejudicasse uma família ou a nação; pois acreditava ser um conselho maroto e não condizente com a atitude de um sábio. Aristóteles (384-322 a.C),só aceitava duas maneiras de mentir: diminuindo ou aumentando uma verdade.

Todavia, para as modernas ciências do comportamento, seja qual for a história falsa, a realidade é uma só: mentira é aquilo que se queria que fosse verdade. E segundo psicólogos, existe um período da vida em que sempre se mente: a infância, pois a mentira faz parte do desenvolvimento psíquico de cada um, por isso a história do Pinnocchio. Daí talvez a explicação do porquê da mentira ser uma das principais manifestações analisadas no divã do psicoterapeuta: os assuntos sobre os quais a pessoa mente fornecem ótimas pistas sobre as áreas mais problemáticas de seu temperamento, aquilo que ela não enfrenta ou quer esconder de si mesma, para começo de conversa.

Diz a minha mãe, você vê no olho de quem está mentido e é verdade: quem mente apresenta atos que os delata, lembra do detector de mentiras no confessionário do BBB? Pois é, ele media o grau de dilatação da pupila dos participantes, por isso é difícil a pessoa que mente olhar nos olhos da outra, além disso, quem mente esconde as mãos, as afundam no bolso; os mentirosos encobrem parcialmente a boca nem que apenas por um momento, tocam o nariz, porque ele coça quando se está sob momentos de tensão, passa-se a mão no cabelo, segura o queixo, enfim a pessoa delata-se, pois não está relaxada, porque já tem intrinsecamente que mentir é errado e feio.

Crescendo o nariz ou não, sendo feio ou bonito, tendo uma boa intenção ou não, em um país como o Brasil, mentir parece ser hoje, aceitável, porém acredito ser cada vez mais desumano e desnecessário, pois destrói afetos e cria insegurança. Uma mentira pode ser sustentada em uma meia verdade, mas e quando se fala verdade e acreditam ser mentira? Aí meu caro, é só olhar no olho e ver o caráter de cada um, porque estes o condenam e o nariz não cresce. Se quiser acreditar bem bom, se não quiser bem feito e isso já é outro assunto.

Pollyanna Gracy Wronski é Bióloga Licenciada, Professora, Acadêmica de Ciências Contábeis e é adepta da verdade, nem que doa, porque o seu nariz não cresce.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Copa do Mundo... rumo ao recesso!

Copa do Mundo 2010, o mundo a partir do dia 11 de Junho, parará em frente aos televisores para ver as suas astutas seleções esbanjarem seu futebol pelos campos da África do Sul. Ok, concordo nem todo mundo é apaixonado por futebol, logo, nem todo mundo vai parar, e outra, numa lista riscada com Grafitte e Donny, fica até difícil querer parar para ver jogo de futebol!

Decepções e indignações a parte frente à lista do nosso técnico Dunga, a Copa está chegando, os jogadores convocados e “parte do mundo” prepara-se para ver o “espetáculo da bola”. É para os workaholics de plantão em todas as horas do dia, falar que o mundo vai parar: de fazer suas atividades, de trabalhar, de ganhar dinheiro é uma afronta, mas o fato é que, por mais que alguns achem indignante, grande parte do mundo realmente para.

Um exemplo disso é o nosso Congresso Nacional! Semanas atrás o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP),propôs a antecipação do “recesso branco”, aquele período em que os parlamentares não comparecem semanalmente ao Congresso e vão a capital Brasília com o único intuito de votações eventuais em regime de “esforço concentrado”, (crise de risos).

Sim esse período existe e sempre acontece em anos eleitorais após o recesso oficial, que começa em 18 de julho. O Senhor Vaccarezza, no entanto, solidário a Copa e fanático por futebol quer antecipar o período para 10 de junho, já que a Copa começa neste dia.

Para que tal sonho seja concretizado é preciso que o Congresso aprove até lá a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A ideia é antecipar essa votação para o mês anterior e assim, “liberar” os deputados até pelo menos o primeiro turno das eleições, no dia 3 de outubro, sim senhores de 10 de Junho até 03 de Outubro.
Segundo próprias palavras do deputado: “Além do período eleitoral, neste ano tem a Copa do Mundo. Então, vou propor que façamos um acordo para votar a LDO no dia 10 de junho e, a partir de votada a LDO, nós vamos poder funcionar em esquema de esforço concentrado”.

Enquanto muitos devem pensar que a culpa é dos “do governo”, o líder do PSDB (os tucanos), na Câmara, João Almeida, concorda com a proposta de se antecipar o “recesso branco”. Segundo ele: “Não há prejuízo nenhum em deixar o que tem para depois da eleição. São projetos de interesse corporativo e não da sociedade. Não é possível ter discussão adequada em véspera de eleição. Em tempo de eleição, o Congresso perde a pouca razão que tem".

A esperança também surge com algumas empresas no advento da Copa, um exemplo é a TAM. A empresa encerrou o primeiro trimestre de 2010 com prejuízo de R$ 58,1 milhões, conforme o relatório de resultados divulgado no padrão contábil internacional IFRS e é explicado pelo aumento das despesas financeiras, que evoluíram para R$ 163 milhões no trimestre, com um salto de 462%. Os déficits esperam ser amenizados com os voos para África do Sul, cuja empresa já possui 30 voos fretados para a Copa da África do Sul e disponibilizará duas aeronaves A330, da Airbus, para atender os brasileiros que viajam ao continente africano para assistir à Copa do Mundo.

E não somente as empresas áreas, mas indústrias de confecção de camisetas, agasalhos e artefatos comemorativos da Copa em geral, estimam aumentar seus lucros com coisinhas verde-amarelas que vão decorar vitrines, carros, prédios e pessoas.
Assim, convém pensar realmente que não são todos que vão parar e sim apenas uma parte e aposto que até mesmo o mais avesso ao futebol vai dar uma “paradinha” em frente à televisão para ver as defesas do Victor ou mesmo o Gol do Ganso, do Pato, do Ronaldinho, é bem digo, boa sorte Cristiano Ronaldo, Messi, Fabregas, Canavarro: rumo ao Hexa!



Pollyanna Gracy Wronski é Bióloga Licenciada, Professora, Acadêmica de Ciências Contábeis e apaixonada por futebol não fará recesso branco, mas acompanhará a Copa
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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Momento Sinhozinho Malta


Todo mundo tem seu dia de mocinho e seu dia de bandido. Ou melhor, acredito que todos tem seus tempos de mocinho e seus tempos de bandido, afinal ninguém é perfeitinho e principalmente passível a tudo o que acontece ao seu redor. Refletindo com meus zíperes e botões sobre criticas quando a uma fase minha de Odete Rotmain, semanas atrás entre estes tais julgamentos de ser bom ou seu mau, (ou não ser, ou talvez ser os dois), me deparei com a Revista Vida Simples, que trazia em sua matéria de capa a seguinte indagação: Você é mesmo do bem? – onde tal matéria intrigou-me.


Em seu inicio, as páginas lembravam-se do martírio e sofrimento de Sinhozinho Malta, que em uma memorável cena, encontrava-se abraçado com sua vaca Esmeralda, em companhia a uma garrafa de cachaça aos prantos, por não entender como toda a Roque Santeiro estava contra ele, um cidadão tão bom e digno. Não precisa ser tão velho assim para lembrar-se da novela e de como o corrupto agia na cidade e como se fazia de vítima. Fato é que todos nós em alguns momentos somos: Sinhozinho Malta, Odete Roitman, Nazaré Tedesco ou a Isabel (irmã da Luciana de Viver a Vida); por momentos temos dificuldade de enxergar quando pisamos na bola e principalmente de assumir que às vezes fazemos as nossas grandes e pequenas malvadezas.


É natural do ser humano achar que os outros estão errados e que nós somos os injustiçados, que fomos enganados e que fomos vítimas da situação; estamos cheios de razão e reconhecer o erro e ainda mais reconhecer que não fomos leais, justos e confiáveis, além de ferir o ego: dói.
“Mas não foi a minha intenção”. Muitas vezes, até pensamos em praticar o bem, porém não conseguimos identificar o quanto ele é real, genuíno e autêntico, ou quando ele é outra coisa disfarçada de bondade e compaixão. Fato também que ninguém quer ser pérfido, cruel e ruim e o mal que causamos às vezes é fruto de uma falta de consciência do que fazemos e da nossa ausência de visão quanto as conseqüências de tais atitudes.


Muitas vezes, acabamos ferindo sentimentos, magoando pessoas, agindo com certa individualidade, com a intenção de “dar um gelo” em tais pessoas ou acontecimentos e no calor (ou frio do momento), tal atos se tornam tão latentes que acabam fugindo de nosso controle e acalcando dimensões maiores e de sentimentos contrariados. Pode ser que haja a boa intenção de nossa parte, mas não um interesse real com o que acontece depois de nossa ajuda.


Outro ponto curioso da reportagem foi a de reconhecer que é mesmo capaz de praticar o bem. Segundo informações a bondade exterior, essa caridade que faz julgar a mim mesmo como bom e generoso, pode esconder outras intenções e motivos. O desejo obsessivo de praticar o bem pode ser sinal de carências profundas, vindas de outras fontes internas. Amnéris Marone, psicoterapeuta e professora da Faculdade de Antropologia da Unicamp diz que: “A bondade consciente é uma conquista interna, espiritual. Ela só pode ser exercida plenamente quando não encobre desejos de manipulação. O exercício da bondade também não pode ser usado para suprir nossas próprias carências de afeto, ou as carências de afeto de outras pessoas”.


Desta forma, quem pratica o bem dessa forma consciente o faz de maneira saudável: não se julga “bom”, “santo”, “puro”, mas um ser que tem aspectos positivos e negativos, que é capaz de ser ciumento ou arrogante numa ocasião, mas também generoso e solidário em outra. Amnéris acrescenta ainda que para poder reconhecer a existência do bem e do mal dentro de nós, ajuda muito a criação que tivemos na infância, onde uma pessoa que teve os pais,ou um professor influente, capazes de ser tolerantes com o mal, o erro ou um limite, vai estar capacitada a se aceitar melhor em sua totalidade e a não projetar suas emoções negativas nos outros, como se não as tivesse.


Desta forma, não há problemas (muito graves), em ser mal, se nós e as pessoas com as quais convivemos sabiam entender as raízes destas “maldades”, pois se um ato vem de nossas atitudes todos nós erramos e na maioria das vezes que erramos, as fizemos na ânsia de acertar. Assim, os momentos de vilão são passageiros e sempre passíveis de arrependimento e perdão.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Diário?!

Engraçado... Dias atrás eu trabalha o texto do tipo "diário" na disciplina de Português com meus alunos de 4º Série, e ali, no meio de vários exemplos trazidos pela apostila e também pelas experiências já vivenciadas de meus pequeninos, surgiu, a mim a indagação?

- Profe, a profe tem diário?

Bem, no momento eu respondi que não, que já, há anos anteriores, em tempos de adolescência, aquilo para mim era rotina, pois adorava escrever o que acontecia em meus agitados dias de estudo e ainda ria muito depois de tudo aquilo...

Porém, hoje aquilo não mais acontecia. Não que eu tenha mentido, pois de fato, não conto a minha agenda de compromissos e contas a pagar e coisas que não posso esquecer, a rotina de meu delicioso e agitado dia a dia, todavia, é fato também, que se foleardes algumas páginas desta mesma agenda conturbada, podereis encontrar: pensamentos, desabafos, angústias, que resolvo calar ao invés de por pra fora.

Fazia tempo que não escrevia, é verdade, e como fiquei tempos sem escrever vi o quanto isso me faz falta, pois ao invés de escrever e calar, eu, acabei falando. Não que falar seja errado ou mesmo proibido, mas talvez eu "falando" com a agenda, ou mesmo em frente a um computador, sou muito mais inofensiva do que ao vivo e a cores.

Descobri, neste tempo que fiquei afastada das páginas de jornais, dos documentos do word e das páginas das agendas que, realmente as palavras são uma arma para mim, que domino-as de tal forma, que como um tiro posso ferir e matar qualquer um ao meu redor: de amor e de dor. Fascinante não?! Fascinante, tentador e altamente perigoso, pois destilar minhas palavras àqueles que me rodeiam, sem as antes ponderar, escrever e questionar, eu posso enfim, ser eu mesma e ser assim me dá medo.

Medo? Sim, medo. Talvez a única coisa que realmente me dê medo seja eu mesmo, à flor da pele, escondida da minha razão que sempre fora a minha companhia. Talvez, eu tenha ouvido demais aquele conselho de minha sábia mãe que dizia assim: "Deus lhe deu dois ouvidos e uma boca, logo deves falar menos e ouvir mais", desta forma aprendi a sempre avaliar o terreno, a ponderar atitudes, a calcular impactos de ações e de palavras.

Logo, se me roubam ou mesmo eu me proíbo de tudo de minha racionalidade, me vem à emoção, coisa que eu não sei lidar, que faz não saber agir e assim as palavras me dominam e não eu a elas. Podem achar até, que seja um erro, negar à emoção e conviver com páginas de word, de agendas e jornais escritos, porém talvez assim eu seja bem mais inofensiva e feliz, eu com minhas palavras e minhas palavras comigo.

E é por isso que eu amo escrever.