quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...






Para começar o meu 2011, inicio com o pé direito, parafraseando, já no título, um dos mais geniais poetas que este mundo já pode conhecer: Luis Vaz de Camões. Português de Lisboa, tornou-se o mais completo poeta e escritor da sua época e mesmo de toda a literatura portuguesa e, assim, ficou conhecido por ter abordado uma amplitude de temas, por ter feito uso de quase todos os gêneros poéticos e por ter excelente domínio da língua portuguesa.
Conhecendo sua obra é evidente perceber que todas as mudanças pelas quais passou, foram fruto de seu amadurecimento e do seu acumular de conhecimento e de experiências, o que fizeram dele, esta importante figura da literatura mundial. O que se percebe em um de seus sonetos mais conhecidos: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades”.
Enfim, todos somos compostos de mudanças e devemos tomá-las sempre como um melhoramento do ser. Nem todas as mudanças são fruto de nossa vontade, por isso devemos admiti-las e absorvê-las, pois vem para o nosso amadurecimento e crescimento pessoal, profissional e intelectual.
Percebi isto quando, em uma manhã destas, tomei em mãos várias revistas as quais, antigamente, satisfaziam minha sede de leitura, e as tais mudanças tornaram-se mais visíveis ainda. Percebi que aquilo não me atraia mais, nem as matérias, nem as cores, nem as fotos, nem ao menos a fiel leitura do horóscopo. Mais um Janeiro e mais mudanças, conclui.
É, nem o mais resistente e conservador possível de preceitos, pode afirmar que jamais mudou de ideia, de opinião, de gostos. Os tempos mudam e a evolução e as mudanças são inevitáveis. Inevitáveis e indispensáveis, por várias ou por nenhuma razão simplesmente por aquilo não se encaixar em nossas vidas.
O tal pretinho básico e misterioso pode ser trocado pelo suave e calmo branco. A cerveja pode perder lugar para o suco natural. A barulhenta internet sai de cena e entra a calma de um livro. Os esquerdistas podem querer ficar ao lado do governo, quem falava demais pode preferir as poucas palavras e quem era gaúcho tem liberdade para querer tornar-se carioca. São coisas da vida e do tempo, porém toda mudança requer riscos.
Por isso, embalada pela introspecção do Janeiro e determinada a correr novos riscos, mais uma vez mudo e as mudanças serão percebidas também nas páginas deste periódico, a partir da semana que vem. Mudaram-se os tempos e também as vontades, agora mais curta e grossa.

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