sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Solta o Som!


É fato vermos nos noticiários e reportagens em revistas e jornais, pesquisas sobre os danos que os decibéis do volume dos aparelhos de televisão e de som trazem aos nossos ouvidos. A música alta no som do computador, o tuti-tuti dentro dos carros a desfilar na avenida, deixa mães e pais enlouquecidos. Realmente, música com uma batida mais forte e em um volume exagerado pode enfraquecer e danificar a captação do som e nosso aparelho auditivo.
Mesmo assim, psicólogos e educadores, defendem que desde a primeira infância o contato com a música. Segundo eles, a música desenvolve habilidades e estabelece competências como sensibilidade, percepção, fala, escrita, concentração, memória, sociabilidade, segurança nas crianças. Estudos apostam em uma iniciação musical desde a mais tenra idade, no ventre materno, preparando o bebê para a sua chegada e seu contato com o barulhento mundo.
O contato com música desperta curiosidade nos pequenos, vem apoiar o adolescente em sua personalidade, na escolha do seu estilo e comportamento e realiza o adulto em suas expectativas e perspectivas. O contato e o gosto pela música acontecem de dentro para fora e sua apreciação de forma saudável é indicada em todas as fases da vida.
Para aumentar os méritos da música, uma pesquisa realizada por médicos finlandeses comprova que a música pode benefícios no tratamento de doenças. O estudo demonstrou que ouvir música auxilia a recuperação de doentes que sofreram um AVC – Acidente Vascular Cerebral. Neste, os pesquisadores investigaram mais de 60 pacientes que sofreram alguma espécie de AVC da Universidade de Helsinqui na Finlândia, que estavam recebendo tratamento de reabilitação habitual.
O tratamento iniciava assim que o paciente era admitido no hospital, divididos em grupos, alguns ouviam músicas diariamente, outros ouviam histórias gravadas e outros somente recebiam o tratamento convencional. Alguns pacientes apresentavam limitações motoras e às vezes, permaneciam longos períodos em seu leito sozinhos. A esperança dos pesquisadores era que, a música e as histórias pudessem acelerar a recuperação dos pacientes através de uma constante estimulação.
O que houve foi que após três meses de tratamento, o grupo que ouvia música apresentou 60% de melhora na avaliação da memória verbal e o grupo dos livros gravados apresentou 18%. Assim como a capacidade de resolver pequenos problemas, que para aqueles que ouviam música a melhora foi de 20%. Outro fator relevante foi que os pacientes expostos à música tinham menos depressão e apresentavam melhor estado psíquico. Com a positiva resposta da pesquisa, os cientistas acreditam que o tratamento com música deva ser iniciado antes da fase de adaptação das funções cerebrais que se seguem a um AVC. Grandes polêmicas rodeiam os estilos e letras de músicas de nossa atualidade. O fato é que não importa se é rock ou pop, se sertanejo ou brega. A música além de um consolo para alma pode ser também um remédio simples, barato e sem contra-indicações e só regular o volume e soltar o som!
Publicada no Jornal Liberal de 22 de Fevereiro de 2008.

Nenhum comentário: