domingo, 17 de fevereiro de 2008

E tudo recomeça...


E depois de um longo tempo de esforço, dedicação, empenho,
doação e às vezes sofrimento necessário, encerra-se um ciclo,
a fim de iniciar-se outro.
E a gente promete em entregar-se mais, não deixar que os acontecimentos nos comandem e que tenhamos o controle de tudo,
e aí vamos.
E como um carro novo, fizemos planos em tê-lo, dedicamos exaustivos momentos de trabalho a fim de obter o valor necessário para tê-lo. Planejamos sua cor, como serão suas rodas, que iniciais colocaremos na placa. Idealizamos o painel perfeito, com ar condicionado, com o melhor som para tocar a música mais perfeita. Compramos até o bichinho de pelúcia para pendurar no retrovisor e o chaveiro para acompanhar a chave.
E aí prometemos zelar por ele, não deixar na chuva, limpar com silicone toda a semana, não ultrapassar a velocidade, não deixar nínguem comer ou beber dentro dele.
E desta forma, criamos uma expectativa para o novo, preparamos a nossa alma para recebê-lo, mas como sempre e como tudo, infelizmente as placas na estrada por momentos podem nos levar a destinos por nós não desejados.
E ao findar os tempos de andar a pé, ao chegarmos na concessionária o valor que arrecadamos não foi o bastante para comprar aquele modelo desejado, nem a cor era aquela sonhada. Porém o ar condicionado é ótimo, os bancos são reguláveis e as travas elétricas. Sim, a gente queria aquele modelo, mas infelizmente não foi possível...
DECEPÇÃO. Por quê será?
Será que não nos empenhamos direito? Ou será que não fizemos por merecer?
É normal, nesses momentos, buscarmos pseudo-respostas que tentem, em vão, justificar o que aconteceu.
E aqueles sonhos todos e toda aquela expectativa nos murcham e de fato, não aprendemos de novo que precisamos andar por caminhos obscuros e sem sinalização, para estarmos preparados para encarar a rodovia perigosa, o pó no painel que não deu tempo de limparmos durante a semana, o cheiro de cerveja derramada no banco, os farelos de batata-palha do cachorro-quente e os danos no pneu causados por freadas bruscas em momentos de alta velocidade.
Pode não ter sido o tão sonhado New Beatle em vermelho-escarlate, mas é seu e está no comando. Assim como a nossa vida, temos as rédeas da direção, mas não sabemos o que encontraremos na próxima curva, se será um prego ou um amigo pra dar carona.
E muito menos sabemos o destino final desse caminho, entretanto é preciso aproveitar o vento no rosto e enfrentar a lama no asfalto, parece nebuloso, mas é o novo!
Afaguemos o painel e o cheirinho do carro, desfrutemos do som bem alto, pensando que pelo menos, por alguns instantes o mundo é só nosso e que o destino é a gente que escreve: às vezes em folhas com linhas retas, tortas ou em papel em branco.

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