sábado, 30 de dezembro de 2017

Feliz 2018

Vem chegando ao final o incrível e surpreendente 2017, me desculpem a ironia, mas, gostaram da descrição? Tenho fama por aí de ser realista demais, pra não dizer pessimista, o que seria uma inverdade, mas o inesperado 2017, se findou.
E ao longo dos anos da Voo Livre, (sem acento depois no último Acordo Ortográfico), seja no saudoso Jornal Liberal aqui de Realeza ou no Jornal Igaçaba de Roque Gonzales – RS, sempre aos finais de ano eu, novamente me atrevia a falar (escrever) sobre os planos e resoluções para o novo ano que se aproximava. Por um momento pensei até em  voltar as minhas caixas de e-mails enviados e relê-las para ver o que encontraria lá, mas como a ideia é recomeçar deixei pra lá, afinal o que estaria nas entrelinhas seria basicamente, faça planos mas saiba viver o que virá, pois a vida é pra ser vivida.
No entanto, quem acompanhava minhas crônicas daquela época, (muito embora eu goste de chamá-las de escritos, pois não lhes imponho um rigor tão literário), espera que a mensagem final deste ‘amontoado de palavras’ seja diferente das anteriores, sinto informá-lo que não será. Talvez, o enredo que envolva toda esta discussão seja de fato diferente do que norteava as mensagens anteriores (até porque meus caros, as experiências nos mudam), mas a ideia final é exatamente esta: a vida é pra ser vivida.
E refletindo sobre o findar do ano, recordei da história do filme ‘Before We Go’, ‘Antes do Adeus’, na tradução brasileira, um filme do belo e talentoso Chris Evans, estrelado também por ele e por Alice Eve, que assisti dias atrás e cujo final me chamou muito a atenção. O drama conta a história da garota Brooke que após ser assaltada, perde o trem que a levaria de volta a Boston e permitiria que ela impedisse o seu noivo de ler uma carta deixada por ela terminando o noivado, em função de uma traição por ela descoberta. Na correria para pegar o trem Brooke perde seu celular literalmente nos pés de Nick, um jovem saxofonista, ex-estudante de medicina, que sofre por um antigo amor que o deixou e tem uma audição no dia seguinte para entrar em uma famosa banda de jazz.
Na trama do filme, ao perder o trem, Brooke se desespera e se assusta ao deparar-se com um estranho que não tem nada a perder e resolve, em plena madrugada, ajudar a moça a encontrar a sua bolsa na grande Nova Iorque e a auxilia a retornar a sua cidade. Durante a madrugada, eles percorrem a cidade, se conhecem, partilham segredos, receios e aspirações, o que segundo a própria ficha técnica do filme diz, permite com que criem laços improváveis que mudarão suas vidas para sempre e o que de fato acontece. Nas aventuras da madrugada dos desconhecidos, Brooke percebe que mesmo se sendo traída, se sente amada e ama seu noivo, por isso decide voltar e acertar os ponteiros com ele e Nick, compreende que não precisa mais ser o cara que a ex sonhava que ele fosse, até porque, mesmo com um almoço marcado para o outro dia com ela e o seu noivo, ele percebe que não pode ir, porque a vida continua e muitas coisas devem ser deixadas pra trás.
O intrigante do filme, porém é que, ao amanhecer depois de toda a reflexão da madrugada, Nick e Brooke descobrem o que precisam fazer para que suas vidas tomem seus rumos e siga adiante e assim o filme termina. Sim, muitos ficariam frustrados e decepcionados de assistir o filme e não ver Brooke se reconciliar com o noivo ou brigar com ele e nem Nick fazer sua audição para entrar na banda e não sabe se ele talvez foi ou não ao almoço com a ex e o seu noivo. Confesso, que antigamente, eu ficaria frustrada e provavelmente xingaria a televisão por isso, mas assim como Brooke e Nick entenderam, devemos também entender que a vida segue e não tem um final e muito menos um feliz pra sempre. Nossas histórias, assim como a de Brooke e Nick, continuam com novos cenários e personagens, no entanto, parece que insistimos em ter finais para termos recomeços.
E é isso que nos acontece todos os finais de ano, os mais realistas de plantão, para não dizer pessimistas (e nesse caso, eu não me incluo no exemplo), sempre acrescentam que é impossível que no dia 31 de Dezembro, as 23h59, você seja uma pessoa e como em um passe de mágica, no dia 01 de Janeiro, as 00h01, você seja outra, afinal, não sabemos como a vida vai seguir, no entanto, temos esperança e isso quem nós dá são os finais. Esperança em recomeçar. Esperança sim em mudar, em ser melhor. Esperança de que encontremos em nosso caminho Nicks e Brookes, que nos proporcionem experiências que permitam conhecer inúmeros sentimentos, como: amizade, amor, decepção, raiva, frustração, perdão, que de fato, nos possibilitarão uma vida melhor pra ser vivida. Esperança nas pessoas, na reciprocidade, na verdade. Esperança que nos importemos com o que e quem de fato vale a pena. Esperança nas voltas que o mundo dá. Esperança e fé na vida.
De fato, eis que finda 2017, (graças a Deus, me permitam registrar), eis que chega 2018 e eis que o exame de consciência por tudo que passou é inevitável. Bem como também é inevitável que mantenhamos viva a esperança de um ano mais pleno e de paz, cujos planos se norteiem em viver tudo o que se há pra viver, todos os sentimentos, em todas as intensidades para que não haja nenhum arrependimento ou dúvida do que se viveu. Se for pra amar, que ame até tremer de nervoso. Se for pra doer, que doa até esgotar todas as lágrimas dos olhos. Se for valer a pena, que traga todos os sentimentos e que estes inundem a mente e o coração, só que não seja pouca coisa. Eis que se finda 2017, precisamos finais para termos recomeços, só não podemos perder o foco de que por mais que existam finais, a vida continua e o que está nos ‘esperando’ lá na frente, nos tornará muito melhores.

Ah, e antes que me perguntem, qual a minha resolução de 2018? Bom, minha resolução de ano novo é não ter nenhuma resolução, só tenho a esperança de ter um feliz 2018!

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