sábado, 16 de junho de 2012

Rio + 20: chegam 20 ou precisamos de mais?


Vinte anos depois, o Brasil volta a sediar uma Conferência da ONU, que envolve questões ambientais. Em tempos de ECO 92, o mundo se recuperava de embates criados pela Guerra Fria, a Europa assinava o Tratado de Maastrich, importantíssimo para a formalização da União Europeia e ao mesmo tempo questões ambientais começavam a ganhar espaço em debates sociais e políticos.

Espaço que ganha cada vez mais ênfase, que gera cada vez mais discussões, mas que não demandam atitudes que solucionam os problemas que norteiam o Meio Ambiente. A partir desta quarta-feira, 13 de Junho e estendendo-se até 22 de Junho, o Rio de Janeiro abrigará a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável - mais conhecida como Rio+20.  Neste ano, os temas que ganharão espaço serão: a "economia verde" no contexto do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza e a estrutura de governança da entidade para a implementação das ações de sustentabilidade ambiental, social e econômica.

Fazendo um levantamento histórico, a primeira conferência da ONU com cunho ambientalista aconteceu em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Na época, o tema Meio Ambiente escolheram, por falta de opções, mesmo sabendo que o trabalho precisava ser feito, o tema foi escolhido e não foi muito bem recebido por países de terceiro mundo, o Brasil, daquela data. Em 1987, fruto da Conferência, foi publicado o Relatório Brundtland com constatações que haviam sido ignoradas até então: a pobreza extrema, sendo uma das maiores causadoras de poluição e desequilíbrios ambientais.

Já a Rio 92 - como ficou mais conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, ficou marcada pela participação maciça de segmentos da sociedade civil, como ONGs e o empresariado, por conta de diversos documentos e acordos firmados entre os países, um deles a Agenda 21, que foi composta por metas e prioridades para que se pratique o desenvolvimento sustentável. Por sua vez, em Johannesburgo, a retrospectiva das ações propostas na Rio 92 não foram nada satisfatórias, sendo palco de  discussões e formação de grupos de defesa de interesses.

Enfim, chegou o Rio+20 que espera ainda mais discussões e formação de grupos e interesses, devido ao aumento da temperatura global e da perda de recursos naturais do planeta. O Brasil abriga a Conferência em tempos de crescimento em sua produção de petróleo e apresentando-se como um dos líderes na produção de etanol. Tentamos nos apresentar como líderes ambientais, entretanto, nos deparamos com o líder ambiental global, mas a preservação de nosso ecossistema é colocada em xeque por medidas de estímulo ao desenvolvimento econômico e ainda temos problemas quanto a aprovação do Novo Código Florestal, que nos tiram créditos.

Luiz Alberto Figueiredo, embaixador do evento, falou ao Bom Dia Brasil no início desta semana, ressaltando a importância de se estabelecerem metas globais para o desenvolvimento sustentável. A intenção é que nesta Conferência saiam objetivos de desenvolvimento sustentável, que surjam como metas globais de comportamento dos países para que se busque a plena sustentabilidade do ponto de vista econômico, ambiental e social.

A ansiedade de melhoras e a preocupação por mudanças estão todas concentradas nesse evento, nos representantes dos países que defendem suas causas e nas atitudes que DEVERÃO ser tomadas. Resta saber se serão decisões eficazes e que serão cumpridas ou se precisaremos de mais 20 anos de degradação para adoção de uma nova postura. Fiquemos atentos.

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