sábado, 2 de junho de 2012

Curte ou Compartilha?

Na semana passada, a maior rede social do mundo, com mais de 900 milhões de usuários, o Facebook, estreou nos mercados abertos da bolsa de Nova Iorque. Curtir seria uma boa, não é mesmo?!
Compartilhar foi a ideia do Facebook. A entrada da empresa no mercado gerou certo furor e seus mais de 421,2 milhões de papéis negociáveis, em sua oferta pública inicial, foram precificados a US$ 38,00, o equivalente a R$ 75,70. Tais valores possibilitaram a Mark Zuckerberg, um de seus fundadores, um levantamento de US$ 16 bilhões de dólares em sua abertura de capital. 
Quando uma empresa particular opta pela abertura de capital, ela é transferia total ou parcialmente para um grande número de sócios que desejam participar dela, mas que não tem necessariamente relação com ela ou com um grupo que a controle. Neste momento a empresa se torna uma Sociedade Anônima de capital aberto, disponibilizando suas ações na Bolsa de Valores. Análises de especialistas retratam que se trata do maior IPO (oferta pública inicial de uma empresa de tecnologia, desde toda a história dos Estados Unidos
Não é a toa que assim foi considerada, considerando que com estes números o valor da companhia foi calculado em aproximadamente US$ 104,2 bilhões, obtendo na mesma semana um aumento de 25% no valor de suas ações. Mesmo diante da abertura de capital, Mark Zuckerberg, e demais sócios não devem ter seu poder decisório diluído, porque as 421 milhões de ações colocadas à disposição, representam pouco mais de 12% da empresa. Zuckerberg controlará aproximadamente 56% da companhia e ele e demais sócios deterão 96% do poder de voto da rede social. 
Entretanto, nessa semana que passou observou-se uma intensa movimentação e variação dos preços das ações, sendo que estas perderam cerca de 20% somente nos primeiros dias de negócios na Bolsa. Muitos investidores entraram com um processo coletivo contra o Facebook e o banco Morgan Stanley, principal coordenador da (IPO) da empresa, além dos bancos JPMorgan Chase e Goldman Sachs também são alvo do processo. Alguns destes sofreram prejuízos com a entrada do Facebook na Bolsa que, são negociadas na Nasdaq, a bolsa eletrônica dos Estados Unidos, sob a sigla FB. 
A flutuação dos preços levantou dúvidas quanto ao Morgan Stanley, pois este possa ter favorecido alguns grandes acionistas antes da estreia da empresa na Nasdaq. Depois da acentuada quedas, as ações do Facebook registraram leve recuperação nesta quarta-feira, e fecharam o dia em alta de US$ 1, no valor de US$ 32, ainda bem abaixo dos US$ 38 iniciais. 
Para aumentar seu rendimento, o Facebook aposta em países emergentes, como Brasil e Índia, para aumentar faturamento. Brasil e Índia contabilizam juntos, aproximadamente, 90 milhões de usuários na rede social, ou 10% da base total de 901 milhões, segundo dados disponíveis até março de 2012. Assim, o mercado brasileiro tem sido visto com considerável otimismo pela rede social. “No ano passado, segundo um relatório da consultoria americana comScore, o Facebook ultrapassou, pela primeira vez, o Orkut, do Google, como o site de rede social mais acessado do país”. 
A empresa preferiu compartilhar e o mercado não curtiu, muito menos os bancos envolvidos no processo, a Nasdaq e muitos investidores, além de dúvidas quanto aos investimentos em empresas de tecnologia, o que fica no ar é que o motivo de o IPO do Facebook ter sido um desastre! Se viu muita euforia e ceticismo de outro, mas ninguém preveu que os papéis desvalorizassem tanto e acabariam sendo negociados a US$ 31,92. Todavia mesmo diante de tantas perdas, Larry Ellison, cofundador da Oracle, afirmou que o Facebook pode ser tornar uma companhia maior e mais importante que o Google. Resta aguardar, pra ver se os valores serão compartilhados ou excluídos.

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