quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Dezembro.

Com medo, duvidar? Nunca mais!

Ausente por várias semanas, inicio com os senhores o mês de Dezembro, pois é gente: Dezembro. E falar em Dezembro é falar em férias, festas, comemorações, alegria e é o terrível mês avaliativo. Sim, aquele terrível mês, o qual todos nós olhando para frente, começamos a olhar para trás.

O ser humano por ter inteligência é autocrítico e avaliativo, acredito que a constante crítica e avaliação de nossos atos, posturas e decisões fazem com que nos tornemos melhores a cada dia.
Tentando melhorar, vemos que o trabalho que vai se agitando e vamos vendo aquilo que ficou pra trás lá do primeiro semestre, visualizamos aquilo que virou promessa pro segundo e na verdade virou lenda pro ano que vem. Pensamos nas promessas de não deixar pra estudar na véspera da prova da faculdade, nas juras de não se sacrificar com tarefas a mais na intenção de ganhar um dinheirinho ou de ajudar um amigo na hora do aperto. No compromisso de não me sabotar nas poucas horas de sono, na dieta, na caminhada, nas leituras e vemos que mais uma vez algumas coisas nós deixamos a desejar. Porém, melhor do que se avaliar e perceber que algumas coisas deram certo e outras deram errado é a satisfação do ter tentado.

Poderíamos até comparar cada ano de vida com uma guerra, a qual é composta por batalhas, as quais vivenciamos todos os dias com a função de derrotar nossos inimigos e nossos medos. No campo de concentração de nossas mentes, traçamos toda a nossa estratégia, desenhamos pacientemente os passos a serem seguidos e ao levantar da cama pela manhã, fortalecidos pelo nosso propósito, nos colocamos a prova diante dos mistérios que a batalha do dia irá nos revelar.

É certo que lutamos com a ânsia e a esperança de vencer sempre, porém muitas vezes levamos, em nossas árduas batalhas diárias, punhaladas nas costas e temos que saber nos virar. Todavia, acredito que as piores coisas que temos que enfrentar não são os inimigos em si, mas sim três fantasmas, que não vemos, mas nos atormentam: a dúvida, o medo e nós mesmos.

Certamente todos os três, são bem piores que nossos próprios inimigos e sabem porque? Porque do inimigo não duvidamos nada, não o tememos e sabemos que podemos enfrentá-lo, se estivermos bem preparados. Do contrário, temos a dúvida de não saber se defendo ou ataco, se espero ou trato logo de agir, se recuo ou avanço; é, a dúvida é tão traiçoeira que faz com que percamos o que temos mais de precioso em nossa vida: o tempo.

Por trás da dúvida, escondido, com receio, vem o medo: esse é outro enclausurador de sonhos, consome mais um pouco do nosso tempo que já perdemos com a maldita da dúvida no que fazer e que faz com que enfrentamos o pior de todos os desafios: nós mesmos.

Sim, nós criamos os medos, ficamos com as dúvidas, perdemos tempo e acabamos fugindo do inimigo. Não sabemos o quanto nós somos capazes, até tentar, arriscar e apostar. Não sabemos o quanto somos maravilhosos no alto do pódio com a vitória e como somos melhores ainda ao levantar da lama depois da queda. Todos os dias pelo menos em alguns segundos do dia, deixamos de ser mais felizes e completos, porque fugimos de nós mesmos, porque negamos nosso pensamento, porque não entendemos e não assumimos o nosso sentimento. E senhores, não é digno da vitória
O que duvidamos e o que tememos? O outro? Não, tememos a nós próprios por não nos conhecermos e não nos aceitarmos plenamente com erros e acertos. Tememos o fracasso e a zombaria dos inimigos antes mesmo de entrar na batalha e, sabe, o que faz isso nos faz? Nos faz tremendos covardes, com medo da gente mesmo.

Nos refugiamos em nosso eu, que muitas vezes nem conhecemos, porque negamos nosso pensamento e achamos que “na nossa”, pelo menos a gente não se complica. Mais uma vez, covardes. Não nos enfrentamos, não esclarecemos as nossas dúvidas e morrendo de medo, vemos a vida passar diante dos olhos.

Aí, chega mais um Dezembro e sensibilizados por tudo, nos arrependemos daquilo que duvidamos, das verdades que não assumimos, dos erros que deixamos de cometer e principalmente daquilo que perdemos por não assumirmos, o que somos, pensamos e sentimos e corremos atrás do prejuízo? Corremos? Alguns de nós sim, outros acham que é tarde demais e se fecham, preferem ficar novamente com a dúvida e o medo.

O não dói? Dói. A derrota dói? Dói. Mas nada é pior do que conviver com a dúvida e o medo de si mesmo diante de tudo. Parece clichê senhores, e mais uma vez eu repito nas páginas deste periódico, se arrependa daquilo que não fez e não daquilo que deixou de fazer.

Tenham uma vida plena, com tropeções, com quedas, com dores de um não te amo ou de uma fria indiferença, mas não deixem de viver nada por causa da dúvida e do medo de serem vocês mesmos, se assumirem quem são e seu amor. Batalhas foram feitas para se ganhar e perder, para que no final da guerra a vitória no palco do tempo e da vida tenha valido a pena e mesmo doendo: vale, se você tiver coragem para lutar.

Pollyanna Gracy Wronski é Bióloga Licenciada, Acadêmica de Ciências Contábeis, tentou e depois de mais um não, nunca mais quer dúvidas e nem mais ter medo de nada.

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