domingo, 24 de maio de 2009

Ronaldo


E viva o gordinho!
(em Abril de 2009)

Quando, mais uma vez, quase todos zombaram dele, o ridicularizaram, acusaram de farrista e irresponsável com a carreira, ele voltou. E voltou, mais uma vez em grande estilo, mais uma vez driblando todas as adversidades e conquistando além do título de Campeão Paulista pelo Corinthians, a coroa de melhor jogador do campeonato.

Ronaldo Luis Nazario de Lima, ou simplesmente RONALDO (dito bem daquele jeito que todo mundo fala), ou o Fenômeno, está de volta para o terror dos zagueiros e talvez o melhor apelido não seja mesmo Ronaldinho como iniciou a carreira, nem fenômeno quando da conquista do Melhor do Mundo, mas o apelido que serviria e que virou até sinômino de Ronaldo é superação.

Do Cruzeiro para o PSV, chegou sendo artilheiro com 67 gols em 71 partidas oficiais. Cedo, em 1996, sofreu com seu primeiro problema físico de maior gravidade, passando por cirurgia no joelho direito, recuperando-se a tempo de participar das Olimpíadas de 1996.

Ainda em 96 ruma para o Barcelona, sendo o artilheiro também do Campeonato com 34 gols em 37 partidas e é reconhecido pelo talento e volta por cima após a cirurgia e a medalha de bronze em Atlanta, com o recebimento do prêmio de Melhor Jogador da Fifa em 1997. Vai para o Internazionale, onde se torna o "Fenômeno" e mais uma vez o melhor do mundo.

Porém a carreira do atual gordinho mais aclamado do Brasil sofre mais um baque, este na fatídica Copa de 1998, onde na véspera da final sofre uma estranha convulsão, até hoje não compreendida por muitos brasileiros (inclusive eu) que resultou num abalo da seleção e a derrota na final da copa.

Alvo da pressão da mídia diante daquele episodio, caí no rendimento no Internazionale e em 2000 sente a dor de mais uma contusão que o deixou afastado dos campos por quase um ano. Volta, com o que lhe rendeu outro apelido, uns quilinhos a mais e com um fim de carreira decretado, o gordinho estava em baixa.

Nova cirurgia e uma confiança: a de Luiz Felipe Scolari. Tal confiança faz com que ele retorne em brilhante estilo como Campeão do Mundo em 2002 e como o maior artilheiro do Brasil (superando o Pelé: yes) em copas do mundo. No Real Madrid, é aclamado como melhor da Europa, mais uma vez o melhor do mundo, campeão espanhol e artilheiro da temporada. Em um time de muitas estrelas acaba sendo ofuscado e contunde-se facilmente, em 2006, em mais uma copa é amplamente criticado e o “gordinho” vira motivo de esculacho.
Milan, seu problema com a balança é respaldado por um mau funcionamento na glândula tireóide, emagreceu, cresceu, mas foi vaiado pelos torcedores. Em 2008, novo golpe do destino, no banco no jogo Milan e Livorno, entra no segundo tempo e em sua primeira participação no jogo, ao tentar subir na área para um cabeceio, acabou se lesionando na hora do salto, saindo de campo em seguida chorando. Novo afastamento, nova cirurgia, velhos problemas, antigas criticas, desligamento do Milan, tratamento no Brasil.

Em tratamento, aproveita a vida noturna é alvo de escândalos e novamente seu fim parece evidente. Fala da vontade em jogar no Flamengo, mas fecha com o Corinthians que aguarda sua recuperação, sua estabilidade física e o apresenta no Paulistão 2009. O resto vocês já sabem: Campeão Paulista invicto, melhor jogador com campeonato, onde em 13 jogos já atingiu um terço de sua meta de gols para o ano.

Ídolo nos campos e ídolo também como pessoa, dotado de grande força, determinação e vontade de vencer que traduzem na superação de todos os obstáculos os quais enfrentou, os focos da mídia estão novamente voltados para ele, que com simplicidade, carisma e talento, mais uma vez voltou.

È bom se inspirar em Ronaldo que voltou e você quantas vezes voltou? Talvez aquele jargão de “sou brasileiro e não desisto nunca”, reflitam todas as partidas e voltas deste craque. Mas voltando o olhar para nós mesmos, mesmo sem muitos holofotes, muitas vezes também sofremos com rasteiras, contusões, pressão da “mídia” que nos rodeia e que fazem com que desabemos no gramado, com o grito de derrotado pela torcida e pelos nossos adversários, que nos atordoam e deixam sem força para levantar.

Há, porém, pessoas que confiam em nosso trabalho, no nosso potencial, no nosso modo de encarar a vida e nos dão a mão para levantar e partir para o próximo lance, sendo artilheiros do campeonato da vida fazendo provar a nós mesmos que somos capazes e que se realmente quisermos, o seremos, não importa o que nos atinja.

É preciso voltar! Não interessa o lugar de onde e nem pra onde se vai. Ronaldo voltou para o Brasil, para seu lugar como ídolo, como exemplo. Só falta voltar pra seleção!
E viva o Gordinho!

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