domingo, 8 de fevereiro de 2009

REvolta às aulas?


Reencontro e motivação devem mover o ano letivo

Volta às aulas. Euforia, ansiedade, disposição, alegria: tratando-se de crianças esse é o sentimento que emana de seus corações no retorno ao colégio. O difícil, quando tratamos dos anjinhos é descobrir se todo esse furor sentido pelas crianças é pela volta às aulas em si própria, se é pelo reencontro com os amigos e colegas de classe ou pelo contato com o ambiente escolar: professor e o aprender novas coisas.


É de conhecimento de todos os envolvidos com o processo, que a educação hoje, principalmente no Brasil é uma questão delicada, questionadora e desafiadora. E é importante reconhecer que o desafio não está só para aquele que senta no banco escolar com a finalidade da apreensão de novos conhecimentos, mas também aqueles que se atrevem a assumir uma sala e trazer algo novo para seus espectadores.


Por isso, retornar a sala de aula pode ser um encantamento para os pequeninos, porém o sentimento pode não ser compartilhado por todas as faixas etárias. Para os adolescentes do Ensino Fundamental pode ser um acomodador, para alguns jovens do Ensino Médio pode ser um “saco” e para os adultos no Ensino Superior normalmente é mais um desafio e para os agentes facilitadores do conhecimento, os professores, é uma batalha a ser enfrentada e cumprida com êxito.

Muito dessa diversidade de sentimentos que ocorrem no início do ano letivo refletem a esperança que cada um tem no trabalho que inicia e certamente, o que move cada um é a motivação, as expectativas e o sonho depositado nesse ideal de trabalho estudantil. Seja o de aprender uma nova letra e escrever seu nome, seja a compreensão de um novo conteúdo ou matéria, seja a aprovação em um concurso vestibular ou mesmo a conquista de um canudo de terceiro grau, todos que se propõem a aprender algo em um banco de escola almejam uma conquista e se assumem um compromisso com ela.

Interessante que este compromisso não abarca só nós, estudantes que somos responsáveis pela estruturação e a busca incessante de determinado ideal; mas agrupa também nós, educadores, que somos responsáveis pela manutenção, pela propulsão e pelo gás extra injetado no dia-a-dia de nossos educandos a fim de aquisição e concretização de seu sonho: ambos necessitamos de uma motivação para percorrer nos objetivos e vencer os obstáculos até a vitória.

Muitos de nós, professores, sonhamos com turmas bem comportadas, sempre entusiasmadas que vibrem com propostas feitas, que correspondam com as expectativas, que respondam todas as nossas perguntas e que através disto possibilitem o reconhecimento de nosso trabalho e nossa dedicação. Porém, esquecemos que lidamos com seres humanos e estes em sua diversidade correspondem de forma diferente e pessoal em cada situação, o que nos intriga como educadores.

Muitos de nós, estudantes, sonhamos com bons professores, que nos reportem a um mundo desconhecido e intrigante, que nos permitam a elaborar cada vez mais perguntas e a buscar soluções para as mesmas. Queremos que nos motivem a novas descobertas que culminem e nos levem a uma vida melhor e com mais qualidade, que nos permita a adquirir competências para poder transformar o que está errado, lapidar o que não está bom e manter o que nos é favorável, porém esquecemos que a nossa formação não depende somente de nossos educadores, mas do nosso empenho e entrega que dispomos em nossas horas como acadêmicos.

O compromisso entre aprender e compartilhar conhecimentos é de mútua responsabilidade e o que faz com que um se destaque mais que o outro em ambos os setores é essa mesma motivação e o objetivo que cada um coloca em seus dias. Aprender e ensinar, não é uma tarefa fácil, requer humildade, doação, entrega, firmeza e muito propósito.

Estamos inseridos em um mundo com rápidas e significativas mudanças, o que torna explicita a importância do retornar as aulas, para dividir, para somar, para aprender, para ensinar, para cooperar e para crescer mais. Talvez nada, seja como ano passado, seja para educadores, seja para estudantes, pois ninguém passa pelo mesmo ponto duas vezes e da mesma forma. Seja como professores ou educadores, somos agentes modificadores do nosso meio e para isso devemos nos manter sempre motivados e com foco de manter e conquistar nossos objetivos, sonhos e metas.


Publicada no Jornal Liberal de 07/02/2009.

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