sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ao som da saúde

“Coisas esotéricas me passam à cabeça, vou logo dizendo antes que eu esqueça, coisas bem malucas só pra te amar, te amar...” Não senhores, eu não estou virando poeta e nem vidente, apesar de visitar sites de horóscopo e ler poesias diariamente; só encasquetei com uma música nova. E quem é que já não sentiu isso e não passou dias e dias cantando aquela determinada música? Difícil, não é mesmo? Talvez o que justifica é o famoso ditado de que quem canta seus males espanta. Pois quando se está meio angustiado, meio triste, nada melhor que levantar todo o volume do rádio para cantar junto a sua música favorita, que parece que funciona como um revigorante.

O fato é que o canto é uma das formas de expressão mais antigas, seja no meio do mundo animal, sejam na espécie humana onde ela pode curar muitos males: da cabeça e do coração. É crescente o número de médicos que recomendam a prática do canto regularmente a fim de assegurar à saúde mental e corporal.

A relação o ato de cantar e o prazer por ele proporcionado foi comprovada de acordo com estudos feitos na Universidade de Frankfurt, na Alemanha. Os cientistas da instituição analisaram amostras de sangue de um grupo de coristas amadores, colhidas uma hora antes e uma hora depois de um ensaio. Segundo as análises, foi verificado que depois da interpretação, as concentrações de imunoglobulina (hormônio do nosso sistema imunológico) estavam maiores do que antes do uso da voz, onde se verificou ainda que após uma semana de testes, o ato de cantar, além de melhorar o estado de ânimo dos cantores, fortaleceu o seu sistema imunológico.

Outro estudo chefiado por biólogos da Universidade de Maryland, em Baltimore avaliou o impacto da música sobre o endotélio, parte mais interna da parede das artérias e que faz parte da regulação do diâmetro dos vasos. O esperado era determinar o efeito das emoções positivas sobre as artérias onde uma dezena de participantes saudáveis e não-fumantes, com uma média de idade de 36 anos, puderam selecionar 30 minutos de música que gostavam e os deixavam relaxados. O teste mediu a dilatação da artéria braquial por meio de ultra-som em repouso após 30 minutos de estímulos com músicas relaxantes, mais agitadas e um videoclipe divertido. Logo, o observado foi que os vasos se dilatavam com as músicas agradáveis e com as risadas do vídeo. Por outro lado, as músicas mais agitadas geravam ansiedade e o estreitamento das paredes das artérias.

Seja para agitar ou relaxar os vasos, a música e o canto fazem bem para a alma! Aí você me diz que cantar é dom para quem tem voz. Sem essa senhores, todo mundo pode cantar! De acordo com Bia Ocougne, terapeuta corporal formada pela PUC/SP, o canto é indicado para todas as pessoas que desejam espantar os males. “Existem pessoas que não cantam bem, mas que o fazem com tanta alegria que realmente ‘espantam todos os males’, ou seja, melhoram o seu estado de ânimo”. Talvez, o canto no chuveiro com um banho de água fria sem pensar no vizinho, seria bem eficaz para dar um up no dia chato e cinzento.

Por fim, não interessa o local: no computador, no carro, ao ar livre, no chuveiro. Não interessa se tenha ou não acompanhamento: o som eletrônico, um piano ou um violão. Cantar aquela música, naquele dia, com aquela letra, parece que faz a gente sonhar e até desligar da realidade, que ás vezes é dura. O que vale é extravasar alegria, sentimento e mandar pra fora tudo que te espanta. Então, aumentem o som e cantem por que faz bem à saúde: por favor, não feche mais essa porta!

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