sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Balanço Final



Aproxima-se o final de ano e já começam os balanços. As empresas começam a rever seus estoques e ver o que sobrou e o que faltou até o presente momento, a fim de se preparar para receber as festas e o novo ano que se inicia e, assim como as empresas, nós também começamos a fazer o “nosso” balanço.

E brincando de lidar com a vida, da mesma forma que cuidamos das nossas finanças, procuramos verificar se conseguimos um lucro ou prejuízo no final do exercício. Entra ano e há sempre um patrimônio que sempre nos acompanha: valores, esperanças, amores, amizades, conceitos que esperamos, que mantenhamos ao final do período do exercício. Fizemos promessas de organizar tudo, a casa, o emprego, a vida pessoal, profissional e emocional, muitas vezes ousamos até relacionar tudo em um papel, como metas de uma Administração por Objetivos, dentro da organização da nossa vida.

Percebemos, mesmo com culturas diferentes que, no decorrer do período de exercício é difícil contrabalançarmos valores e mudar algo que não está certo nos registros contábeis da nossa vida. Esperamos ao verificar o DRE, procurando verificar os valores, se cometemos erros e assim, só quando fechamos os razonetes, admitimos esses erros e nos comprometemos em mudar algo que sempre esteve errado, desde o primeiro dia do exercício.

No entanto, nossa organização não se trata de um sistema fechado e sim um sistema aberto, onde há um intercâmbio de transações com o ambiente que, apesar do estado da matéria, que deveria conservar-se no mesmo estado, apesar da matéria e a energia que o integram se renovam constantemente. Assim certas situações pedem atitudes imediatas a fim de não comprometer o orçamento e o futuro da organização em um todo. Aí é que entra a nossa contingência, do quanto estamos preparados ou não para enfrentar desafios do desenvolvimento da nossa organização a custa de mudanças não planejadas.

Porém, em tais situações, nem como sistema e nem ao menos com contingência conseguimos alcançar o equilíbrio dinâmico esperado, pois nem sempre também, nossos ativos e passivos funcionam como as partidas dobradas. Destarte, nem sempre os créditos são iguais aos débitos. Assim quando debitamos, ou seja, falamos algo, podemos receber um crédito de diferente valor: onde escutamos o que não precisávamos escutar, onde somos repreendidos com ações, atitudes que não foram demonstradas, onde nos doamos demais ou de menos e em muitas destas muitas vezes, percebemos que tais investimentos danificaram todo o patrimônio adquirido ao longo de anos, seja por perda ou troca de valores ou por uma simples depreciação.

Falando em vida, sistemas, mudanças e contingência, ressalto aos senhores; como não estamos preparados para enfrentar as situações do dia-a-dia, não é mesmo? Nos abrigamos e nos escondemos atrás de teorias, de fórmulas matemáticas e tentamos dar explicação para tudo: triste petulância humana. Integramos, vivemos em de forma organizada e interagimos diretamente com o ambiente e com os outros, todavia, não somos máquinas, ultrapassamos o tempo da Revolução Industrial, onde um dominava o outro e na era em que nos encontramos, o pós-industrial, tentamos trabalhar agora, um sistema de valores de motivação, de criatividade e de satisfação. Porque somos homens, com coração e não como máquinas de calcular ou modernos softwares programados para sempre corresponder às expectativas da alta cúpula organizacional e de saber lidar com todo o tipo de adversidade que encontrarmos.

Pensamos, agimos, contornamos, temos lucro em algumas situações e prejuízos em outras, mas o que conta como positivo ao final de tudo, não é fazer uma avaliação contábil, mas perceber que incorporamos coisas boas ao nosso patrimônio. Essa avaliação, porém, depende muito do ponto de vista empreendedor e líder do gerente, visto que, muitas vezes quando se tem prejuízo é que se tem lucro e onde se tem lucro é que se tem prejuízo.

Assim, é preciso fazer o balanço e agir, encerrar o período e seja qual for o saldo, continuar, pois a vida e os investimentos continuam, sempre, e onde de fato, o que é importante na nossa empresa é poder contar em nosso ativo com os valores que nos fazem bem, com acontecimentos que nos tornam satisfeitos e com as pessoas que nos permitem ser melhor e felizes: os verdadeiros amigos, nossa família, enfim: quem está disposto indistintamente a sempre somar. Uma vez que, nosso verdadeiro patrimônio não é composto por valores monetários que incorporamos: mas integra-se de sentimentos, valores e realizações que conquistamos ao longo do exercício da nossa existência.

Nenhum comentário: