quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O que é o mundo pra você?



Todo dia, todo mundo corre atrás de alguma coisa. E o mundo gira e espera uma resposta sua em relação a ele. Curioso: todo mundo, fala no mundo, se preocupa e esquece, e vive nele: o conhece. Eu, você o conhecemos. Entretanto, ao me deparar com a pergunta: “O que é o mundo para você?”, faltaram-me palavras para descrevê-lo de imediato e logo pedi um tempo para pensar.

Talvez, o universo, uma bola girando, um mistério ou até mesmo o “eu”, seriam respostas rápidas e previsíveis de se ouvir. Todavia, o que nos parece tão familiar, tão óbvio, ora se torna complicado e indescritível. Assim, buscando respostas para minha questão e diante da minha estaticidade perante a mesma, recorri à ajuda de amigos, onde objetivei junto com as suas proposições, compreender mais sobre o próprio mundo.

Para minha surpresa, todos os quais indaguei, pediram-me o mesmo tempo para realizar esta árdua tarefa. Alguns iniciaram, buscando saber em que âmbitos deveriam o descrever: se geográfico, se metafísico; porém, a proposta era liberdade de pensamentos, ou seja, ao falar em mundo, o que vem à sua cabeça?

O que presenciei foi um desfile com diversas respostas e reflexões, que foram de crianças a pensadores, mas o que mais chamou a atenção não foi à multiplicidade das respostas, mas sim a importância da coletividade ao falar no “amado mundo”. Para uma filósofa de formação e profissão, “o mundo é um conjunto de idéias em ligações,, onde juntando um conceito geográfico, reconheço o meu mundo: cheio de imaginações, de fantasias, de sonhos, é uma forma de ver a beleza do mundo, isto me remete a filosofia, sempre criando e buscando. Assim penso eu que sou o meu mundo, pois o que faz parte da minha vida é o que gira ao meu redor, família, emprego, amigos, tudo o que faz parte realmente da vida de um ser”..

“Um universo de possibilidades”, foi à definição dada por um sociólogo, onde o mundo é um paraíso natural onde à vida surge, se perpetua e desaparece em meio ao equilíbrio e a harmonia. Onde impera a lei da diversidade e da sofisticação da simplicidade. Uma realidade cultural ou humana, que é ambígua, onde o homem é motivo de orgulho e de vergonha.

Não divergindo, mas partindo da visão reflexiva para a geográfica, na visão de um profissional da área, o mundo é definido conforme eu direciono meu olhar para ele. É onde estamos, o planeta, o universo, o espaço geograficamente. Logo, entendemos que humanamente, o mundo é o meu espaço, onde estou, trabalho, produzo e vivo.

Para um estudante é uma constante de acontecimentos e transformações, é um universo só nosso, só humano, que nos compreende e que nos suporta, acima de tudo, onde se passa a minha vida, onde tudo acontece para mim. Para um sonhador, é um lugar, um instante, um sofrimento constante, uma espera gigante, um acontecer instantâneo, inevitável e sem volta.

Viajando por todas essas teorias criadas para a solução da minha questão, compreendi os vários mundos e lembrei de Cazuza que dizia que o mundo é um moinho e vai triturar teus sonhos tão mesquinhos e vai reduzir as ilusões à pó. Moinho, máquina, sujo, lindo, ilusão, tudo e nada. Certamente, chegar a uma proposição final, foi um desafio, para tanto, uma só palavra não seria o bastante para abarcar as multi-facetas que o mundo apresente. É sim, uma totalidade, é o universo. È o homem, sua existência, sua razão, sua falta de razão, seu instinto e as circunstâncias de sua vida e a totalidade de suas relações com terra, fogo, água, ar e demais seres vivos.

Dependendo da cor de sua lente, o mundo pode ser o que você quer que ele seja: sonho, ilusão, amor, paixão, família, dinheiro, um tempo desordeiro. Não, senhores não interpretem isso como um acesso egocêntrico, pois o tempo para pensar, me fez analisar que esta esfera, esse conjunto de astros, é antes de tudo coletividade, é troca, é dependência. Onde como numa cadeia alimentar, nada sobrevive sozinho, nem terra, nem homem, nem vegetal, nem pensamentos ou poeira cósmica.

Quiçá, poderia descrever o mundo em cores e suas manifestações: no cinza do pensamento, o preto do luto, o dourado da descoberta, o vermelho da paixão, o branco da paz e o verde da esperança, mas onde cada cor precisa de outra para ter seu brilho. O que seria do mundo do José, sem o mundo da Maria? O que seria do mundo do lobo, sem a existência do cordeiro; de que adiantaria o perdão, se não existisse o mundo dos erros; o que seria da minha resposta, sem a pergunta do Fernando? Talvez, o mundo seria um tudo, que sozinho, é um nada: uma grande interrogação onde a toda a pergunta precisa de uma resposta. Em busca de respostas e correndo atrás do dependente mundo, eu te pergunto: O que é o mundo pra você? Aguardo sua resposta.

Agradecimentos especiais: Cristianela Susin, Andressa da Rosa, Márcio Cavasini, Renata Agnoletto, Izabel Scalabrin, Cristiano Flech, Jader de Santana, Eliane Schwerz e Fernando Rodrigues que muito contribuíram para a elaboração desse artigo.

Um comentário:

Seile Manuele Corrêa disse...

Depois de ler tantos conceitos sobre o mundo, até fiquei confusa!!!

O que seria o mundo se não um conjunto de mundos, não é mesmo?

O meu mundo + o mundo de cada indivíduo em sua particularidade...

O mundo que cada um identifica como queira: Seja de som, de sentimento ou de sonhos... Concreto ou abstrato...

O meu permanece confuso... Afinal, há tantas coisas prá se colocar em um mundo que elas mal cabem dentro de minhas idéias!