quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Melhor do Universo





Não se animem senhores, não diante apenas de um títulozinho chamativo. Não queiram ler aqui o melhor dos meus escritos, ou uma nova descoberta científica, tão menos uma previsão astrológica ou a receita de um bolo de brigadeiro light. Alerto-vos: não criem expectativas em cima de minhas teorias ou minha meia dúzia de palavras: elas podem levá-los a lugar nenhum e ainda pode conduzir-vos ao nada.


Talvez os senhores achem que o assunto de hoje não tenha nem pé ou mesmo cabeça, mas eu acredito que a tal da expectativa é uma questão (ou problema?) que aflige grande parte das pessoas: é terrível, angustiante, manipula, amarra e conduz muitas vezes ao erro e ao engano.
Segundo definições do Dicionário Aurélio, a palavra expectativa é a “esperança fundada em promessas ou probabilidades, (...) atitude prudente de quem espera”. Tal qual é evidente a afirmação de que nem tudo que reluz é ouro, é também o dito de Switf que diz que promessas e bolachas nasceram para serem quebradas, logo, bolachas quebradas destroem qualquer expectativa e conseqüentemente qualquer meta ou sonho. É frustrante ter expectativa em algo ou em alguém, concordo que devo apostar todas as minhas fichas, concentrar todos meus esforços em função de um ideal, inserir uma alta dose de esperança no mesmo, todavia tenho que compreender e a saborear também as bolachas quebradas.


O criar de expectativas, infelizmente, é nosso diário companheiro: quando você estuda toda a matéria para uma prova e tira um zero bem redondo, quando compra um vestido para uma festa e chove e esfria bem no dia, quando vai a algum lugar na certeza de encontrar uma pessoa e ela não aparece, quando se dedica muito para em uma tarefa e ela simplesmente não é valorizada, quando acha que conheceu uma pessoa sensacional e descobre que ela tem as mais detestáveis manias, quando se perde por 3 x 0 para a Argentina na semi-final das Olimpíadas, enfim, tudo parece desmoronar diante dos olhos.

Uma vez eu li que expectativa gera decepções e às vezes parece que se trata realmente de uma premissa verdadeira, mas o fato é que quanto mais a conhecemos, mais sofremos com ela. Porém, creio que a pior de todas, seja a expectativa pelo outro, onde irremediavelmente idealizamos pessoas e comportamentos conforme as nossas vontades, esquecendo que cada um tem o seu eu e, parafraseando Sergio Britto, cada um sabe a alegria e dor que trás no coração.

Por isso eu lhes pedi que não criassem expectativas sob essas linhas, nem todas as outras as quais ainda hei de escrever, pois não gostaria de decepcioná-los. Não estou aqui para impressionar ninguém e pode ser que isso destrua a expectativa de muitos em relação a minha pessoa, mas sinceramente, não estou interessada em como as pessoas me vêem ou que elas esperam de mim. Quando você cria expectativa em algo ou alguém acaba por julgar sem conhecer a fundo. Aí, talvez até tenha criado uma expectativa de ser compreendida em meu devaneio de hoje, caindo no meu próprio erro, querendo que as pessoas sejam como eu, pensem como eu, mas isso não existe, são falsas esperanças. Por isso que decepções nos ensinam a viver, a conviver e a compreender mais tudo, todos e as bolachas quebradas.
Certamente, ao chegar nesse último parágrafo (se conseguiram chegar até ele, sem ficarem entediados), os senhores tenham ficado um tanto quanto decepcionados com a falta de consistência do assunto do vôo de hoje. Seria fome? Indignação? Inconformismo? Revolta? Desilusão? Diria eu que talvez o nada poderia explicar o enleio dessas linhas, onde o melhor do universo não seria esperar o tudo criando falsas expectativas, mas sim o nada, que sem promessas, pode ser muito mais leve, autêntico e enriquecedor.

2 comentários:

Athena disse...

com toda certeza não fiz mal em criar expectativas em relação ao voo dessa semana quando vc falou dele delamha, como tudo que vc escreve foi excelente, e principalmente real.
beijo polly
sabe q te adoro

Seile Manuele Corrêa disse...

Belo texto dona Polly.
Reflexivo, por sinal.
E digo, ainda, que concordo com você em grande parte dele (veja bem, não foi por persuação ou expectativa de me encontrar dentro dele)pois, verdadeiramente, nos espelhamos em coisas que desejamos tanto e, de repente, desmoronam... Então, entristecemos, choramos, reclamamos e buscamos encontrar alguém para lançar a culpa que é nossa... de nossa esperança.
Sonhar é preciso, certamente. Como também é preciso entender que nem tudo pode ser exatamente como planejamos.
Pretendo voltar aqui mais vezes... E comentar sempre que puder porém... isso é um objetivo particular que pode, de repente, não poder!
Por favor, não gere expectativa! :D

Ótimo texto.
[clap clap clap]