quinta-feira, 1 de maio de 2008

Novos horizontes




Sabe aquelas noites em que a gente perde o sono e aproveita a solidão da madrugada para pensar na vida? Pois há algumas semanas atrás eu vivi essa experiência e adaptando Descartes em um “penso, logo não durmo”, comecei a pensar na vida, no futuro, nos anseios, nas metas traçadas e nas guinadas que a vida dá e perdi o sono.

Em meio a essas reflexões, lembrei de alguns acontecimentos de minha vida e pensei: em muitos destes sabemos exatamente o que queremos, para onde vamos e qual o caminho devemos tomar para chegar até lá. Nesta hora, mesmo nos deparando com dificuldades no caminho, seguimos e chegamos e vencemos e temos nosso troféu. Legal. Entretanto, muitos destes momentos que foram tão difíceis de atravessar nos trazem somente troféus com função de elefante branco e, além de nos levar a reflexão de “todo o esforço foi em vão”, nos indaga de qual será o novo caminho a seguir.

Por ocasião do aniversário do “Descobrimento do Brasil”, tentei até, me colocar na pele de Pedro Álvares Cabral e raciocinar qual foi o seu pensamento no momento em que ele descobriu que havia aportado em uma nova terra e não nas Índias, o qual seria o seu verdadeiro destino. Raiva? Angústia? Medo? Alegria? Esperança? Talvez um “o que eu estou fazendo aqui” seguido de um “onde foi que eu errei” tenha vindo a sua cabeça, não sei, mas, certamente uma onda de frustração e dúvidas puxava a frota de Cabral para a Ilha de Santa Cruz.

Tentando achar respostas para a mudança de rota causada por ventos do destino e divagando entre sonhos reais, alcançados, alguns perdidos e desesperançados, decidi ligar o rádio para tentar me distrair e arejar minha cabeça. Depois de tanta falta de conclusões, naquela silenciosa e reveladora noite, fui surpreendida com uma canção dos Engenheiros do Hawaii, uma de minhas bandas favoritas, que trazia a seguinte letra: “Novos horizontes se não for isso, o que será? Quem constrói a ponte não conhece o lado de lá. Quero explodir as grades e voar. Não tenho pra onde ir, mas não quero ficar, suspender a queda livre: Libertar...”

E sabem senhores quando o universo inteiro conspira a seu favor, mesmo a gente achando que ele está contra você? Naquele momento, eu senti que aquela música tocada com a finalidade de trazer respostas para mim e quem sabe se tocasse há 508 anos atrás serviria de reflexão também para o desbravador português.

“Quem constrói a ponte não conhece o lado de lá”, quem está na chuva é pra se molhar, quem não arrisca não petisca, o progresso envolve riscos e eu não vim até aqui pra desistir agora. Como a vida é engraçada não é mesmo, senhores? Ás vezes temos tanta certeza de alguma coisa, que nos recusamos a experimentar outras e acabamos por perder grandes oportunidades de dar certo em vários setores de vida. É como se eu quisesse ser cowboy, mas ao invés de uma sela ganhasse uma guitarra de presente. Ou se odiasse matemática, seu sonho sempre foi ser um grande advogado, mas acabou reprovando na OAB e passando no concurso do banco. Frustrante e ironicamente, a vida dá giros de 360º graus e muda nosso destino, cabe a nós sabermos tomar a bússola e orientar nossa direção em busca de novos horizontes. Há ventos que nos puxam para certas ilhas e para conhecer o que tem lá é preciso atravessar a ponte: seja para ser cowboy-roqueiro, bancário-advogado ou capitão-desbravador; afinal “Quem duvida da vida, tem culpa. Quem evita a dúvida, também tem. E somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter”...

Um comentário:

Unknown disse...

POpolly! =D

que desesperado o texto!
tambem to assim perdido =/

mas gostei muito!

mas vamos lá :D
"quem constroi a ponta nao sabe o que tem do lado de lá"

=*