terça-feira, 29 de maio de 2007

O soar do despertador de manhã, parece para alguns (inclusive para quem vos fala) com o apagar das luzes verdes na largada da corrida de Fórmula 1. Você parte para a batalha pensando que o resultado final da corrida TEM QUE SER a vitória. Na primeira volta, já sente que precisa aumentar a velocidade, pois vai ter vários compromissos profissionais durante o dia. Corre, freia, acelera, erra; é pressionado pela equipe que não o vê na primeira posição. Desespera-se, vê como retardatário, o seu orientador com novas considerações para monografia. Contudo, não pode esquecer do compromisso com a Equipe, acelera. É avisado pelo estômago que precisa encher o tanque, assim o faz, rapidamente porque o tempo é precioso. Mas diante de tantas curvas, o piloto começa a pensar que não vai conseguir chegar ao final, sente o motor esquentar, se sente inseguro, com a boca seca, coração acelerado, vê que pode explodir, sente o medo e o carro não vai mais para frente. E para comemorar, dentro do cockpit, liga pra pizzaria e pede meia de strogonoff com quatro queijos.
Pergunto aos Senhores: Sabem o que aconteceu com o piloto e seu carro? Pois bem, digamos que ele estava demasiadamente ansioso! Quem é que não se sentiu assim? Tomado por um sentimento de apreensão desagradável; uma preocupação em antecipar o futuro? Vivemos no que alguns autores definem como a Idade da Ansiedade e não é tão extraordinário assim encontrar pessoas que tem dificuldade em controlar a preocupação e manter seu grau de concentração nas tarefas que precisam realizar.
A ANSIEDADE é uma característica biológica do ser humano, que sucede ocasiões de intensa tensão, perigo ou medo, sendo assinalada por sensações corporais desagradáveis: vazio no estômago, coração batendo rápido, nervosismo, aperto no tórax, transpiração. È definida por uma sensação decorrente da excessiva excitação do sistema nervoso central, conseqüente da interpretação de diferentes situações enfrentadas.
Pode-se dizer que o medo e a ansiedade são primos de primeiro grau. O medo assinala um alerta para um sentimento desencadeado por um fator real; já a ansiedade surge, na maioria das vezes, em virtude de fatos mais subjetivos, que nos deixam “angustiados”, como se esperássemos por algo que nem mesmo sabemos o que é.
É preciso tomar cuidado com esses sentimentos, pois acabam por prejudicar a nossa saúde, diz a psicóloga do Centrinho – Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP: Marlene Aparecida Menconi. Ela ressalta que na luta pela sobrevivência, é habitual ficarmos estressados e em estado de alerta ao simples contato com uma situação nova, inesperada e desconhecida, bem como a perda de status, conforto, poder econômico ou sentimental.
Também segundo ela, nossa mente fica muito acelerada e diante da sensação de perigo e da incapacidade de livrar-se dele, a confusão se arma. Com isso, ficamos desestabilizados, a procura de um “remédio” e é comum, ouvirmos das pessoas a seguinte frase: - Descontei tudo na comida! A compulsão alimentar, muitas vezes é decorrente da ansiedade.
Para se livrar do problema é preciso entendê-lo. A ansiedade é o resultado de um processo de aceleração de nossa mente. Quando sentir os sintomas é preciso: respirar fundo para desacelerar fisiologicamente o cérebro; aceitar a falta de controle e aprender a conviver com ela, não querer ser super herói e abraçar o mundo; assimilar a possibilidade de perder, não querer ganhar a qualquer custo e o principal não se deixar enganar pela mente. Quando ela lhe azucrinar, indicando que o pior vai acontecer, coloque você e sua saúde em primeiro lugar: ligue “Dane-se” e seja feliz: pois mente acelerada é sinônimo de mente desequilibrada.

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