quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

De salto, com firmeza.


                Um dia nascemos e nascemos frágeis inseguros, desprotegidos e não sabemos andar. Aos poucos vamos crescendo, nos firmamos no colo da nossa mãe, somos firmes, em seus braços, nos reconhecemos no mundo, mas não temos nenhuma possibilidade de conquistar o mundo.

                Firmes de corpo, tímidos, gatinhamos pelas calçadas da vida. Nossos sentidos começam a aguçar a fim de querer conhecer o espaço que nos rodeia e ansiosos por quer conhecer o mundo, ousados a firmar os primeiros passos sozinhos. Entretanto, pequenos e sem conhecer o chão em que pisamos voltamos nossos braços para os braços da mãe, porque temos medo de caminhar e cair.

                Jovens, aprendemos a andar e achando que nossos passos estão firmes, desafiamos o caminho e tentamos correr, pé inteiro no chão, tênis nos pés e no coração a vontade de descobrir este mundo que fomos forçados a conhecer. Corremos e, descobridores, aumentamos a velocidade, experimentamos retas e curvas, grandes e pequenas distâncias. Asfalto, calçamento, estrada de chão, nossos pés ansiosos e curiosos, conquistam tudo: estradas, histórias, vitórias e derrotas.

                E depois de correr, conhecer, experimentar, descobrir e desafiar, conhecemos o caminho, sabemos onde pisar, como pisar e porque pisar e desta forma, ousados como somos e doutores de nossas vontades e anseios, subimos no salto. Do alto, vemos o caminho diferente, somos capazes de aguentar os calos que os calçados nos trazem, somos capazes de aguentar a dor do peso das pernas e a pressão do salto e pisamos firme, olhos ao horizonte, aprendemos a caminhar e não importa mais a queda, o caminho ou a velocidade, importa é que aprendemos a caminhar.

                É assim que me sinto hoje, feliz, de salto, sabendo bem andar e como andar, é o que a idade e somente a idade nos traz.

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