sexta-feira, 24 de agosto de 2012

... é tão estranho!


         Um dia ouvi em uma colação de grau, a seguinte frase: “as despedidas são necessárias para que haja os reencontros”. Naquele momento, achei que a frase era totalmente pertinente, porque colações de grau são momentos em que, felizes fechamos um ciclo e, inevitavelmente nos separamos de algumas pessoas para nos encontrarmos com outras.

         Entretanto, esta semana, lembrei-me desta frase, em uma despedida. Desta vez, ao contrário, não foi um momento feliz, onde se sabe que viveremos em nossas vidas momentos novos e que mais dia ou menos dia nos serão válidos e nos trarão felicidade. Recordei-me desta frase, em um ambiente triste e nostálgico, onde em meio a muitas lágrimas, muitos tentavam, sem sucesso, lembrar somente de momentos bons vividos ao lado de um amigo, de um primo, de um irmão, de um filho.

         Ali, foi uma despedida. Uma despedida, onde todos queriam acreditar que futuramente, haverá um reencontro, mas que esta realidade parecia distante e inconfortável.

         É difícil entender as surpresas que a vida nos prega. É difícil entender porque as despedidas precisam existir, principalmente, quando as pessoas que partem, são pessoas que fazem bem à alma de quem os rodeia, são aquelas que trazem risos aos nossos lábios e nos fazem perceber que em meio às tribulações, ser feliz é possível e necessário. Entretanto, mais difícil ainda é entender, que quem está no comando de tudo isso é um Deus amoroso, que nos quer o bem e que mesmo assim, tira esses seres do nosso meio.

         Junto com essa frase, comentários de “não dá para acreditar”, uma canção veio firme em minha memória: “é tão estranho, os bons morrem jovens, assim para ser, quando me lembro de você, que se foi, cedo demais”. Renato Russo, um poeta, cantou em Love in the afternoon, o quanto são de certa forma, injustas, as despedidas. Concordo com Renato, foi cedo demais, principalmente para quem dividia as horas do dia com risos, com sonhos e com pureza de quem só queria ser feliz.

         Entretanto, nós não podemos julgar e nem questionar as despedidas. Deus está no comando, quer que os sonhos sejam sonhados no presente, mas quer que entendamos que o futuro a ele pertence e quer ainda que compreendamos que é preciso viver plenamente, pois “cada sonho que você deixa para trás é um pedaço do futuro que deixa de existir”. Despedidas, mais que estranhas, são tristes e doem, mas precisamos manter no coração a certeza de que, um dia, os reencontros vão acontecer.

Saudades Rafa, suas brincadeiras e seu sorriso serão sempre visíveis em nossa mente.

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