sábado, 8 de novembro de 2008

Verão faz mal ao coração

Ah, o verão: a época da emoção! A chegada dos dias quentes, as festas de fim de ano e principalmente as férias, alegram os corações de alguns, que poderão aproveitar mais o dia para descansar da fatigante rotina de trabalho e estudo. Entretanto, essa hora a mais para aproveitar o dia, é motivo de discórdia em seios familiares e é vista com maus olhos pelo corpo científico.

Passadas algumas semanas no início do horário de verão, o que vemos nos rostos das pessoas ainda são olhos cansados e pouco adaptados com a mudança. Com divergentes opiniões quanto sua aplicação ou não, um agravante veio por fortalecer a opinião daqueles que não apóiam e nem se sentem satisfeitos com as horinhas mais de sol nos tempos de primavera e verão: o horário de verão aumenta o risco de infartos.

A pesquisa do Instituto Karolinska da Suécia foi publicada na última quinta-feira no New England Journal of Medicine diz que os casos de infarto do miocárdio aumentam cerca de 5% na semana seguinte ao ajuste dos relógios e, principalmente nos três primeiros dias da mudança.

De acordo com explicações do biólogo Imre Janszky, “a hora de sono perdida e os conseqüentes distúrbios do sono que isto provoca são as explicações mais prováveis para o aumento do número de casos de infarto”. As conclusões foram resultado na análise do registro de infartos ocorridos na Suécia desde o ano de 1987, onde os cientistas, após analisarem os documentos perceberam variações na incidência de ataques cardíacos durante os períodos de ajuste dos relógios, no fim e no início do horário de verão.

Tais esclarecimentos assustaram tanto a comunidade científica que o Dr. Richard Ljung chegou até levantar a hipótese de adotar o horário de verão o ano todo, ao invés de ajustar os relógios duas vezes por ano.

O estudo ainda revelou que o reajuste dos relógios ao findar o horário de verão, no caso da Suécia ocorrido sempre no último domingo de outubro, é seguido por um dia de uma hora extra de sono, o que traz uma pequena redução no risco de infartos na segunda-feira seguinte. Porém convém ressaltar que a redução dos ataques cardíacos neste período é muito menor aos índices apresentados no início do horário.

Curiosidades à parte, demais levantamentos concluíram que a ocorrência de infartos é mais frequente em segundas-feiras e não é nada difícil supor o motivo. Sempre se pensou que estes números eram altos devido ao estresse representado pela segunda: nova semana de trabalho, compromissos, contas, estudos, enfim: o inicio de uma nova jornada semanal; mas a alteração no padrão do sono percebida durante o final de semana apresentou-se um representativo fator para o problema.

A falta de sono, noites mal dormidas trazem muitos efeitos negativos para o organismo humano e acrescem os níveis de estresse que podem desencadear ataque cardíaco em pessoas que se encontram no chamado grupo de risco: aqueles com pré-disposição genética, sedentários, com pressão alta e consumidores compulsivos de sal.

Adaptados ou não, aí está ao verão e seu horário, logo, cabe a nos pobres mortais, ajustarmos os relógios biológicos e analógicos a fim de não sofrer tanto com as alterações fisiológicas trazidas por ele: a prática de exercício físico, uma alimentação saudável e uma hora antes na cama, tudo isto faz muito bem ao coração.

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