Depois de um mês cheio de tarefas,
com cabeça lotada de atividades e compromissos, resolvi iniciar um mês
diferente, com coisas que estavam fora da minha rotina diária e que de alguma
forma me fizessem bem e que eu realmente gostasse de fazer.
Dentre
as coisas que resolvi retomar, foi caminhar ao ar livre. Aí vocês devem pensar,
claro, verão chegando, esse é o motivo. Também, praticar exercícios físicos é
fundamental em todas as estações do ano, mas a minha intenção maior era ficar
sozinha com meus pensamentos. Enfurnada na correria de todo dia, com muitas
coisas pra pensar e resolver, acabamos pensando em quase tudo, menos em nós
mesmos.
Imagino que assim
como eu fiz, milhões de pessoas sentem, que em determinado momento é preciso
parar e inclusive parar de pensar. Não, queridos, não parar literalmente,
entretanto, em alguns momentos da vida, entramos em umas linhas de raciocínio,
que não encontramos respostas, que não entendemos e que achamos que ninguém nos
entende. Bem, quando normalmente chegamos a este ponto, dificilmente alguém irá
mesmo nos entender, então parar é necessário.
Neste caminhar,
entre ruas, carros passando e as minhas músicas preferindo a embalar meu andar,
no auge destes pensamentos confusos, cheguei a conclusão que existem coisas que
realmente não precisamos entender e que principalmente ninguém irá entender
como chegamos até lá. E este estado de espírito, já literalmente definido como
“sei lá”, que é o ponto que nem ao menos conseguimos contextualizar as nossas
angústias, medos e aflições e o jeito é serenar, ou traduzindo para linguagem
informal, o jeito é abstrair.
E nessa coisa de
pensar em não pensar, compreendi também que existem coisas nessa vida bandida
da gente que não precisam ser entendidas. Nem porque o céu é azul, nem porque
certas coisas não acontecem com a gente, nem porque não fizemos o que queremos,
nem porque valorizamos coisas e pessoas que não nos valorizam e ao contrário.
Não, sai dessa vida. Chega um dado momento que serenar é o melhor, justamente
porque, tentar entender tudo é chato, desperta a loucura e mata a sanidade, (me
desculpem os filósofos neste momento, não seríamos nada sem vocês) todavia,
admiti que relaxar pode não ser considerado displicência como por muito tempo pensei,
mas trata-se de reogarnizar prioridades e de certa forma tirar mais tempo para
viver.
Fácil, certamente
nao será, porque dentre todas as batalhas que travamos durante toda a nossa
vida, a pior certamente é aquela que temos com nós mesmos. Mas, depois de pensar,
resolvi abstrair e me livrar das razões. Afinal, já que nossas verdades não são
verdades absolutas, assim já que podemos não estar certos, não precisamos ter
razões de tudo. Ter razão para tudo implica em seguir o que a sociedade impõe e
isso, minha gente, nos amarra à vida e nos faz vítimas de nós mesmos. Nos
tornamos nossos próprios inimigos, com regras internas, medos loucos e
ansiedades vazias.
Tudo que acontece
em nossas vidas é saudável e nos faz crescer: amor, amizade, carinho e
principalmente, a falta deles, rejeição, e por mais que seja cruel, depende da
forma que olhamos os fatos e da importância que damos a eles, porque muitas
vezes eles não merecem nenhuma importância. Como dizem, se nem Jesus agradou
todo mundo... nós não temos função disto!
Depois de tanto
caminhar, percebi, que é legal tentarmos esclarecer dúvidas, ter foco e
idealizar, mas tem tempos, que é melhor jogar tudo para o alto e aumentar o som
do fone de ouvido, fazendo só aquilo que nos faz bem e nos aquieta os ânimos.
Só lembrem-se, o inconsciente sempre nos vê por baixo das cortinas.
Pollyanna Gracy Wronski
terminou este artigo e foi caminhar, ouvindo Coldplay.
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