Há tempos que procurava
ansiosamente por um box que contivesse todas as temporadas do seriado americano
Friends, que foi exibido de 1994 a 2004 e que ainda hoje é recorde de audiência
em canais de Tv por assinatura. Em um desses achados da internet, fui avisada
de uma promoção e matei meu ávido desejo de compra pela coletânea.
Confesso que desde a decepção da
visita aos estúdios da Tv Globo para a gravação do Programa do Jô e com a
exceção de filmes locados e de jogos de futebol (menos Seleção Brasileira), não
sou fã de nenhum programa de televisão e dificilmente pegam-me em frente a tv.
Entretanto, Friends fixa-me minha
atenção e não é nada recente. Falando em preferências, em conversa em sala de
professores, vejam só, colegas de profissão relatavam sobre a preferência de
séries de tv, em sua maioria as séries “mais das antigas” e posteriormente
ainda em outra ocasião falávamos de música e livros. Engraçado que, em meio a
uma dessas conversas e trocas de músicas e filmes de um computador para outro,
ouvi essa: “Sei que tu gosta de rock nacional, mais antigo, coisas do teu tempo.” Naquela hora,
aquela frase pareceu não ter muito sentido e eu ri, fiz a tradicional piada: -
“Ah, eu nem sou tão velha assim!” - mesmo porque o bom e velho rock nacional
para mim é sempre atual), mas depois, em uma conjunção de acontecimentos,
refleti a situação.
Normalmente, nos identificamos
com pessoas, livros, músicas, filmes que vem ao encontro de nossos valores e da
forma que fomos criados. Todavia, os tempos mudam, mas nem sempre os gostos
mudam. Fato que, a cada década que passa nos deparamos com novidades em todos
os setores de nossas vidas (inclusive, novidades nos relacionamentos) e muitas
vezes não nos sentimos cômodos para adotar essas novidades em nosso cotidiano.
Em sala de aula, trabalhando o
contexto de Revolução Industrial, trouxe aos alunos do filme “Tempos Modernos”
de Charles Chaplin e ao anunciá-lo, fui criticada por 70% dos alunos da sala.
Retruquei os alunos dizendo que apesar do filme ser mais velhinho, além de
informativo, o filme era engraçadíssimo! Não deu outra, mesmo aqueles que já
haviam visto o filme caíram na risada com as sequências suaves de Chaplin.
Coisas do meu tempo, sim, coisas
do meu tempo, que adoro. Chaplin, Friends (Chandler, especificamente), Kid
Abelha, Pequeno Príncipe, Engenheiros do Hawaii, Chaves, O Mundo de Sofia.
Abraços, mãos, ouvidos. Proximidade sem intenções risadas, ternura, perdão,
amizade, afeto.
Os tempos mudam e certas coisas
são rotuladas como do nosso tempo e quem bom que assim são chamadas, porque
ficam cada vez mais minhas e mais particulares, como meu mundo. Tudo bem que
surgem as tais novidades, todavia se não sentimo-nos favoráveis a elas, tudo
bem! De certas coisas, nem precisamos!
Passei grande parte de minhas
férias, rindo com Chandler, Mônica, Ross, Rachel, Joey e Phoebe. Rindo das
mesmas histórias, das mesma amizade, dos mesmos encontros e desencontros, dos
antigos. Coisas das antigas, coisas do meu tempo.
Pollyanna Gracy Wronski é
das antigas e Chandler é seu “friend” favorito.
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