Você
se conhece?
Imagem: http://www.nova-acropole.org.br/event/como-e-onde-conhecer-a-si-mesmo
Há alguns dias atrás,
fiz uma enquete no meu Instagram, para saber das pessoas se elas acham que a
gente precisa se conhecer como pessoa ou se precisamos admitir que mudamos
constantemente dia após dia. Bem, antes disso vou abrir um parêntese e falar da
enquete. Gente da minha vida, pesquisador precisa de respondentes!
Conhecimento, conclusões, muitas vezes só são extraídas questionando! Então
sempre que alguém te enviar o questionário por e-mail, te abordar em um
supermercado com uma listinha de perguntas (observação 1: já me aconteceu
isso), quiser te entrevistar, ou mesmo fazer uma enquete a fim levantar algum
questionamento, por mais “bobinho” que pareça: não ignore! Todos eles em seus
diversos âmbitos e linhas de pesquisa, são pesquisadores e que uma maneira ou
de outra querem produzir conhecimento. RESPONDAM!
Ok, voltando ao foco
inicial da conversa, minha indagação ao meu público seguidor no Instagram (observação
2: kkkkkk) era a seguinte: é importante nos conhecermos a fundo? E as opções de
respostas eram: “Sim, é preciso” e “Não, mudamos sempre e todo dia” (observação
3: instagram, por favor, providencie enquetes com mais opções de respostas,
obrigada).
De primeiro impacto
confesso que a minha resposta ao meu próprio questionamento era: “Óbvio,
precisamos nos conhecer, saber o que gostamos, o que não gostamos, o que
queremos de meta de vida, porque afinal a vida e o mundo com essa enxurrada de
oportunidades nos confunde e é muito fácil ficar confuso. Pois então,
precisamos nos conhecer a fundo realmente para não nos perder”.
Mas, porém, contudo, todavia e entretanto, a leitura do livro “A sutil arte de ligar o foda-se” de Mark Manson, propõe uma discussão bem válida (observação 4: que me confundiu também), cuja resposta ao questionamento nos conduz a: “Não, mudamos todo dia e logo, portanto, não nos conhecemos”.
Mas, porém, contudo, todavia e entretanto, a leitura do livro “A sutil arte de ligar o foda-se” de Mark Manson, propõe uma discussão bem válida (observação 4: que me confundiu também), cuja resposta ao questionamento nos conduz a: “Não, mudamos todo dia e logo, portanto, não nos conhecemos”.
Tá, tudo bem, sem
confusão, vamos aos fatos: aprendemos que a viagem do auto-conhecimento é
extremamente necessária desde a escolha da profissão, do cardápio no restaurante,
do esporte que se queria participar, até a pessoas que convivem conosco e ao
que vamos viver com ela. Viver é uma escolha e cada escolha é uma renúncia, tão
logo se vamos escolher uma coisa e renunciar a outra, é conveniente que
saibamos o que queremos, gostamos e claro, o que não queremos e não gostamos.
Manson, menciona no quarto
capítulo do livro, a Lei de Evasão de Manson. Nesse ponto livro o autor discute
que estamos errados em tudo, inclusive ele e cita a lei que argumenta: “quando
mais alguma coisa ameaça sua identidade, mais você a evitará”. Concordo que a
ideia de que estamos errados diante de tudo é meio radical, no entanto, a
proposta de que tudo de nos tira da acomodação, nos ameace, é o que mais
evitamos, de fato é questionadora.
A retórica do autor
sobre a lei, traz exemplos como, ganhar milhões na loteria ameaça sua
identidade na mesma proporção que cair na miséria, ou seja, isso trará tantas
mudanças que afetará você de forma vertiginosa em ambas as situações. Tudo bem,
que a gente não escolhe cair na miséria ou ganhar na loteria, mas podemos adiar
ou protelar projetos, temendo o fracasso e pasmem vocês, também o sucesso.
Erroneamente,
atribuímos o nosso sucesso de alguma tarefa, missão ou vida a sermos aceitos,
amados, idolatrados, seguidos e talvez, seja muito por isso que evitamos tais situações,
que poderiam de fato mudar a nossa vida positivamente, pois o fracasso de não
nos sentirmos seguros diante da vida e principalmente das pessoas nos atormenta
(observação 5: nesta conversa nem vamos entrar no mérito “dos outros”, pois o
que os outros pensam é problema deles e o julgamento deles vem com o que eles
sabem, conhecem e viveram, vamos deixar isso pra outra hora).
Pois então meus caros,
é aí que a coisa engrossa. Pois só admitimos crescimento, sucesso, glórias,
confetes, somente quando somos efetivos e obtemos sucesso na tarefa, se
fracassamos, logo, somos fracassados, não amados, incompetentes,
ridicularizados e não aceitos (observação 6: o não aceitos é exagerado, mas vou
deixar aí) e portanto, evitamos situações as quais são estranhas a nós e que não
se ligue ao nosso jeito de ser: me conheço, não vai dar certo, vou fracassar e
blá blá blá.
Se admito que eu sou um
ser mutante, que se transforma, ou seja que lá no fundo eu não me conheço, eu
me abro para o novo, para o desafio; entendo que o novo é libertador e que se
eu errar tudo bem, porque se eu for um fracasso pelo menos eu tentei e que se
der “bode”, eu começo de novo e “boa”. A partir deste ponto de vista do autor, o
trabalho do autoconhecimento, o esforço do se conhecer e se encontrar é desnecessário,
pois do contrário, viver em um estado de constante descoberta nos permite ser
mais humilde nos julgamentos e na aceitação das diferenças.
Buda cita que quanto
mais nos definimos mais nos aprisionamos, pois nos limitamos aquilo que entendemos
de nós, é igual se apegar a astrologia: tudo bem que eu tenho muito das características
de um capricorniano, porém moldar suas atitudes por regrinhas do mundo astral,
não rola. Concordo com o ponto de vista de Manson e de Buda, no entanto,
acredito que o autoconhecimento não é negativo e o se admitir mutante, também
não, ao meu ver ter uma visão 8 e 80, também pode ser limitada.
De fato, passamos a
nossa vida sem entender muito bem o que estamos fazendo (observação 7: a
maioria das coisas), aprendemos pelos acertos e muito mais pelos erros, no
entanto, quando erramos temos o costume de nos fechar a fim de entender o erro
e não mais repeti-lo, num esforço de conhecimento. Acredito que esse é o rumo,
precisamos nos conhecer sim, porém não nos limitar, entender que a vida é um
mar de possibilidades e de oportunidades e principalmente que convivemos com
pessoas, que também tem medos e querem acertar a todo modo.
Acompanhamos o tempo
todo nas redes sociais, pessoas que se encontraram, se descobriram, entenderam
sua missão, com o tempo e com a vivência que tiveram; para mim, essas pessoas
passaram por um processo de conhecer-se para que através das experiências e dos
filtros que a vida lhes deu, encontrassem o que de fato as fazia feliz e isso não
tem nada a ver com ser aceito e idolatrado, mas tem a ver com o bem estar em si
e perceber honesto com o mundo.
Não devemos ter uma visão
limitada do mundo, mas principalmente não devemos ter uma visão limitada de nós
mesmos, o exercício do autoconhecimento nos permite olhar para trás e perceber
o quanto mudamos ao longo do tempo, o quanto já fizemos coisas que gostamos e
que não gostamos, por não entender de fato o que estávamos fazendo. A melhor
parte de tudo isso é perceber que crescemos e estamos melhores, a pior parte é
entender que ao fazer isso compartilhamos nossas vidas com pessoas, que nos
ajudam a crescer ou nos limitam e que nós permitimos crescer ou as limitamos.
Pois bem senhores, a
vida é um mistério, no entanto, é pra ser vivida, errada, acertada, vibrada,
amada e jamais negada! Então: segue o baile e beijo me liga!
2 comentários:
Incrivel!
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