Vinte
anos depois, o Brasil volta a sediar uma Conferência da ONU, que envolve
questões ambientais. Em tempos de ECO 92, o mundo se recuperava de embates
criados pela Guerra Fria, a Europa assinava o Tratado de Maastrich,
importantíssimo para a formalização da União Europeia e ao mesmo tempo questões
ambientais começavam a ganhar espaço em debates sociais e políticos.
Espaço
que ganha cada vez mais ênfase, que gera cada vez mais discussões, mas que não demandam
atitudes que solucionam os problemas que norteiam o Meio Ambiente. A partir
desta quarta-feira, 13 de Junho e estendendo-se até 22 de Junho, o Rio de
Janeiro abrigará a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável - mais conhecida como Rio+20. Neste ano, os temas que ganharão espaço serão:
a "economia verde" no contexto do desenvolvimento sustentável e
erradicação da pobreza e a estrutura de governança da entidade para a
implementação das ações de sustentabilidade ambiental, social e econômica.
Fazendo
um levantamento histórico, a primeira conferência da ONU com cunho
ambientalista aconteceu em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Na época, o tema Meio
Ambiente escolheram, por falta de opções, mesmo sabendo que o trabalho
precisava ser feito, o tema foi escolhido e não foi muito bem recebido por
países de terceiro mundo, o Brasil, daquela data. Em 1987, fruto da
Conferência, foi publicado o Relatório Brundtland com constatações que haviam
sido ignoradas até então: a pobreza extrema, sendo uma das maiores causadoras
de poluição e desequilíbrios ambientais.
Já a Rio
92 - como ficou mais conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento, ficou marcada pela participação maciça de
segmentos da sociedade civil, como ONGs e o empresariado, por conta de diversos
documentos e acordos firmados entre os países, um deles a Agenda 21, que foi
composta por metas e prioridades para que se pratique o desenvolvimento
sustentável. Por sua vez, em Johannesburgo, a retrospectiva das ações propostas
na Rio 92 não foram nada satisfatórias, sendo palco de discussões e formação de grupos de defesa de
interesses.
Enfim,
chegou o Rio+20 que espera ainda mais discussões e formação de grupos e
interesses, devido ao aumento da temperatura global e da perda de recursos
naturais do planeta. O Brasil abriga a Conferência em tempos de crescimento em
sua produção de petróleo e apresentando-se como um dos líderes na produção de
etanol. Tentamos nos apresentar como líderes ambientais, entretanto, nos
deparamos com o líder ambiental global, mas a preservação de nosso ecossistema
é colocada em xeque por medidas de estímulo ao desenvolvimento econômico e
ainda temos problemas quanto a aprovação do Novo Código Florestal, que nos
tiram créditos.
Luiz
Alberto Figueiredo, embaixador do evento, falou ao Bom Dia Brasil no início
desta semana, ressaltando a importância de se estabelecerem metas globais para
o desenvolvimento sustentável. A intenção é que nesta Conferência saiam
objetivos de desenvolvimento sustentável, que surjam como metas globais de
comportamento dos países para que se busque a plena sustentabilidade do ponto
de vista econômico, ambiental e social.
A
ansiedade de melhoras e a preocupação por mudanças estão todas concentradas
nesse evento, nos representantes dos países que defendem suas causas e nas
atitudes que DEVERÃO ser tomadas. Resta saber se serão decisões eficazes e que
serão cumpridas ou se precisaremos de mais 20 anos de degradação para adoção de
uma nova postura. Fiquemos atentos.
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