Entre partidas de truco, pega-vareta, verdade ou desafio, apostas na mega-sena e filmes sugestivos; semana passada, recordei de um tempo não tão distante, o qual aventurava-me juntamente com colegas da primeira faculdade sobre uma mesa, em um animado jogo de azar: o pôquer. Este famoso jogo de cartas, conhecido mundialmente por possuir inúmeras variações, tem com objetivo formar a melhor jogada com as cartas que o participante tem na mão. Logo, um bom jogador não é aquele que sabe só sobre as combinações de trincas, duplas, quadras e seqüências, que formarão a melhor jogada, mas se trata daquele que sabe interpretar também, o jogo e o jogo de seus “companheiros de mesa”.
Dito um jogo de apostas, no pôquer é preciso pagar um preço para conseguir as cartas que serão necessárias para formar a melhor jogada e este é decido por todos os parceiros da mesa, onde no final somente o melhor deles vai levar o pote. Certamente, não preciso nem ressaltar aos senhores que se trata também de um jogo de pessoas, onde entender porque os jogadores apostam, como eles apostam ou não apostam, é um desafio. Desta forma, o pôquer pode ser considerado mais um jogo de pessoas do que um jogo de cartas e, por ser um jogo de cartas, com pessoas, podemos associá-lo ao jogo da vida. Como?
Pois bem, as cartas nada mais são do que as situações que encontramos no dia-a-dia, as quais acontecem e envolvem pessoas que estão ao nosso redor. O jogo então, não é possível somente com as cartas, tampouco, só com as pessoas. Parece confuso, mas é simples: as pessoas não vivem sozinhas, necessitam estar conectadas de alguma forma umas as outras mediante acontecimentos: destarte, as pessoas precisam das cartas para formar uma boa jogada, onde estas devem ser criadas mediante a oportunidades, para que os jogadores combinem e montem a sua estratégia, a fim de elaborar o lance perfeito para ganhar o jogo.
Dentro desta dinâmica, existem os jogadores mais audaciosos e os mais cautelosos. Os primeiros, ao se deparem logo no início com o um par de ases ou trinta de reis, imediatamente apostam todas as suas fichas no lance. Os outros, porém, preferem analisar o terreno, esperar a poeira baixar e só depois jogar. Assim, sabendo que o pôquer envolve previsão de acontecimentos, onde a sabedoria é fundamental: qual dos dois será o vencedor? Sinceramente, eu não sei e acredito que dependa sim das cartas, mas muito mais das pessoas.
Alguns crêem que a vitória será do jogador audacioso, o qual astuto, demonstra grande potencial e não perde nenhuma oportunidade, por acreditar que elas aparecem no momento certo. Todavia, alguns entendem que o vencedor será justamente o jogador cauteloso, pois este analisa bem as cartas, mede a jogada, tenta prever a próxima reação do adversário e somente depois disso, lança-as na mesa.
Muita petulância minha querer comparar o jogo da vida com um jogo de cartas, mas o que aqui quero pontuar é: o que faz de um jogador, um sucesso? Será a sorte? Será o aproveitar de oportunidades? Será audácia? Será o aproveitar do tempo certo? A realidade é que pessoas se excluem do jogo sem ao menos tentar, por se autodenominarem azarados ou despreparados, assim não percebem uma oportuna combinação de cartas e ação de pessoas e por insegurança não se lançam e perdem de ganhar um valor alto. Mas há também pessoas que não perdem tais oportunidades e apostam sempre, logo é conveniente lembrar que nem todos são os momentos certos e que de tanto apostar, as fichas podem acabar e este assim pode também, perder. A questão relevante é que quem está no jogo, está sim para arriscar, mas, quem pode dizer o momento certo de apostar? Posso estar com um full house de trinca e dupla e apostar, sem nem imaginar que meu oponente tem em mãos um royal straight flush, com uma seqüência de dez à às.
Jogar é bom, lembro, bem clichê, que o que não se pode esquecer ao final de tudo é: ganhando ou perdendo, o importante é competir. É preciso usar as cartas em busca da jogada perfeita, saber o preço que se está pagando por elas e com cautela, sem medo, muita certeza e vontade: apostar sempre! Ganhar é ótimo e faz um bem danado para o ego. Perder dói e traz dúvidas, angústias, mas renova.
Assim, depois de um tempo e algumas passadas de mesa, quem perdeu percebe que ganhou muito e até quem ganhou percebe que de alguma forma perdeu e como ninguém sabe do amanhã e o mundo dá muitas voltas, é só sacudir a poeira e no dia seguinte, mais forte, é sentar e virar a mesa. Convém lembrar que derrota e vitória são coisas relativas e o melhor jogador, seja talvez aquele que jogue por jogar e não somente pra ganhar, por que ganhar é conseqüência de quem está no jogo. Sim, a vida é um desafio que devemos encará-lo diariamente meus caros, então: BEM VINDOS AO JOGO!